A taxa de juros cobrada dos consumidores brasileiros, que não pagam o valor total da fatura do cartão de crédito, chega a 475% ao ano, de acordo com o Banco Central. Esse porcentual, também conhecido como rotativo do cartão, é um dos principais fatores do endividamento das famílias.

Um estudo divulgado pela Associação Brasileira de Consumidores (Proteste) aponta a incômoda liderança do Brasil na cobrança de juros de cartão de crédito em comparação com outros seis países – Argentina, Chile, Colômbia, Peru, México e Venezuela.

De acordo com a pesquisa, os brasileiros pagaram em setembro 436% de rotativo na média anual. O Peru aparece em seguida, com a cobrança de 43,7% no mesmo período. Na sequência aparecem a Argentina, com 43,29% na média anual; a Colômbia, com 30,45% de média cobrada; a Venezuela, com 29%; o Chile, com 24,90%; e o México, com 23%. Dados referentes a dezembro de 2015, com base em informações dos bancos centrais de cada país.

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Mudanças
Nesta quinta-feira, 22 de dezembro, o presidente da República, Michel Temer, anunciou mudanças no sistema de pagamento do cartão de crédito para permitir redução dos juros cobrados já no primeiro trimestre de 2017.

Pela proposta, as instituições financeiras poderão oferecer prazo máximo de 30 dias no pagamento rotativo do cartão de crédito, transformando a operação automaticamente em crédito parcelado. Segundo o governo, hoje, existe um incentivo do cartão para o consumidor continuar neste crédito rotativo por um período muito mais longo, e a ideia é que isso seja limitado a 30 dias, e a partir daí transformado em crédito parcelado em até 24 meses ou prazos inferiores, com taxas um pouco mais baixas.

Agência CNM, com informações da Proteste e da Anefac