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O médico anestesista estuprador preso em flagrante por estuprar uma paciente durante uma cesariana, em um hospital público do Rio de Janeiro, passará por uma audiência de custódia na tarde desta terça-feira (12). O juiz pode decidir pela conversão da prisão em preventiva.

Já a Polícia Civil aguarda novos depoimentos. Integrantes da equipe de enfermagem e um médico presente na cirurgia devem ir à delegacia nesta manhã.

Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, foi preso depois que funcionários da unidade de saúde o filmaram, com um telefone celular, no momento em que passava o pênis no rosto de uma paciente desacordada durante uma cesariana. As imagens mostram ainda que o órgão foi introduzido na boca da mulher enquanto a equipe trabalhava na cirurgia.

Nesta segunda-feira (11), a Polícia Civil do Rio de Janeiro ouviu a mãe de outra paciente que também foi sedada pelo médico durante uma cesariana. Além dela, funcionários do hospital prestaram depoimento. A delegada responsável pelo caso, Bárbara Lomba, apura outras possíveis condutas criminosas do médico e tenta identificar outras vítimas.

O processo disciplinar de cassação do médico instaurado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) deve durar até 180 dias. Mas a expectativa do presidente do órgão, Clovis Munhoz, é que o processo seja finalizado antes do prazo legal.

“Nós vamos fazer o impossível para encurtar esse prazo dentro do cumprimento da lei, das regras as quais nós somos obrigados a cumprir e a respeitar. Vamos fazer isso com maior rigor possível, com maior brevidade possível, para que isso seja efetivamente finalizado bem antes desses 180 dias”, declarou.

Munhoz classificou o caso como horripilante e garantiu que o anestesista terá o registro médico cassado. “O que aconteceu vai contra tudo que deve nortear a conduta de um profissional médico”, avaliou.

Giovanni Quintella Bezerra está preso na casa de Custódia de Benfica, na Zona Norte do Rio, e deve ser transferido para um presídio após a audiência. Na tarde de segunda-feira, o advogado contratado pela família do anestesista desistiu do caso. Até o momento, a CNN não conseguiu contato com a nova equipe de defesa.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), Giovanni não é servidor do estado, tem título de especialista em anestesiologia, registro regular no Conselho Regional de Medicina (CRM) e prestava serviço há seis meses, como pessoa jurídica para a unidade e para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

A SES e a Fundação de Saúde do Estado do Rio de Janeiro informaram que foi aberta uma sindicância interna para tomar medidas administrativas, além da notificação ao Cremerj.

Em nota, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) pontuou “repúdio e perplexidade” diante da conduta de Bezerra, pedindo rigor às autoridades nas investigações e possíveis punições.

A instituição também destacou que foi feita uma reunião nesta segunda-feira para deliberar sobre a instauração imediata sobre o caso, acrescentando que “atitudes como essas são absolutamente inaceitáveis e jamais serão toleradas pela SBA”.

Fonte – CNN Brasil