A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira (29) 34 mandados, incluindo três de prisão preventiva, em uma nova fase da operação Lesa Pátria – deflagrada há mais de um ano para identificar e investigar envolvidos nos atos golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Os nomes dos alvos não foram divulgados. Segundo a PF, há um mandado de prisão preventiva a ser cumprido em São Paulo e dois no Distrito Federal.
Entre os alvos no DF estão os empresários Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio Mesquita, sócios da rede Melhor Atacadista. Eles já foram apontados como financiadores do acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general do Exército.
Ouvido na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, Joveci negou ter participado dos ataques – mas, ao mesmo tempo, admitiu ter estado no local no momento dos atos de vandalismo.
Em nota, a defesa dos dois sócios diz que não teve acesso à decisão judicial, e que “os investigados veem agora a oportunidade de elucidar completamente as questões em aberto”.
“Eles reiteram seu compromisso com a democracia, o Estado de Direito, o respeito às Instituições, ao processo eleitoral, ao Ministério Público e ao Judiciário, com especial ênfase na sua instância máxima, o Supremo Tribunal Federal”, dizem os advogados.
“O Grupo ao qual Joveci e Adauto são acionistas reitera que é contra o vandalismo e a intolerância política, e acredita que a democracia é feita com pensamentos diferentes, mas jamais com violência. A diretoria do Grupo respeita as Instituições brasileiras, a democracia e o Estado de Direito”, prosseguem.
Mais medidas
Outros sete alvos devem ser monitorados por tornozeleira eletrônica – como uma alternativa à prisão. Esses mandados são cumpridos em Mato Grosso do Sul (1), Paraná (3), Rio Grande do Sul (1), São Paulo (1) e Minas Gerais (1).
Há, também, 24 mandados de busca e apreensão no Tocantins (8), São Paulo (6), Mato Grosso do Sul (2), Paraná (3), Rio Grande do Sul (1), Minas Gerais (1), Espírito Santo (1) e no Distrito Federal (2).
Ainda de acordo com a PF, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes também pede o bloqueio de bens dos investigados – para que, se houver decisão judicial, seja possível ressarcir o patrimônio público pelos danos dos atos golpistas.
A estimativa dos Três Poderes é de que o prejuízo aos cofres públicos tenha ultrapassado os R$ 40 milhões.
Fonte – G1