“Lutei 40 anos da minha vida para ser livre, por isso vou apoiar quem eu quero”, afirmou a mais importante líder comunitária do Tocantins, com ações em defesa dos direitos das mulheres reconhecidas mundialmente
O candidato a vice-governador de Amastha (PSB), Célio Moura (PT), fez visita a uma importante força popular no Tocantins, a ativista política e líder comunitária Raimunda Gomes, mais conhecida como Dona Raimunda Quebradeira de Coco, que o recebeu ao lado do marido, Antônio Cipriano, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da região do Bico do Papagaio, no extremo norte do Estado.
Durante o diálogo, nesta terça-feira, 8, declararam apoio à coligação “A Verdadeira Mudança”, encabeçada pelo ex-prefeito de Palmas, para ajudar a solucionar os problemas encontrados nos 139 municípios e que foram esquecidos durante esses trinta anos de história.
Dona Raimunda afirmou estar feliz por ajudar Amastha e Célio Moura nessa caminhada rumo ao Palácio Araguaia. “Eu não me iludo com pouca coisa. Pode ser meu pai que vier aqui mentindo que ele vai embora com a mentira dele. Eu vou apoiar quem eu quero porque eu lutei mais de 40 anos para ser livre, o que hoje sou junto com a minha família, por isso, vou votar em Amastha e Célio Moura para governador”, garantiu.
“O apoio de dona Raimunda e Cipriano resgata toda a luta pela reforma agrária na região do Bico do Papagaio, dos movimentos sociais da década de 70 e 80 e relembra a trajetória de Padre Josimo Tavares, das camponesas para não deixarem derrubar os babaçuais e da luta pela moradia, pela terra e pela sobrevivência. O clamor de uma mulher conhecida no mundo inteiro como referência na luta pelos direitos humanos. Ou seja, a sua entrada na campanha representa a união das mulheres, dos idosos e de todos os moradores da região”, afirma Célio Moura.
Quebrando coco e preconceitos
Dona Raimunda reside no povoado Sete Barracas, em São Miguel do Tocantins, município a 610 Km de Palmas. É filiada e militante do Partido dos Trabalhadores (PT) e é a figura feminina mais importante da história do Tocantins com reconhecimento no Brasil e no mundo. No seu currículo, estão o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal do Tocantins (UFT), prêmios como o diploma Mulher-Cidadã Guilhermina Ribeira da Silva da Assembleia Legislativa do Estado e o diploma Bertha Lutz do Congresso Nacional. Todas essas honrarias são em reconhecimento a sua luta contra a ameaça dos grileiros e pela garantia dos direitos de seu povo.
Ela foi uma das fundadoras do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), criado em 1991, atuante nos estados do Pará, Tocantins, Piauí e Maranhão. Também foi responsável pela Secretaria da Mulher Trabalhadora Rural Extrativista do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), uma das fundadoras da Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (Asmubip), onde contribui na conscientização das mulheres sobre saúde, sexualidade e direitos civis.