A função do sono não é apenas o descansar o corpo e a mente. Dormir também é fundamental para que nosso organismo mantenha o equilíbrio bioquímico, principalmente os processos de produção e liberação de hormônios.
É enquanto dormimos, por exemplo, que produzimos a melatonina, hormônio essencial na regulação do próprio sono e na reparação celular.
Dormir menos do que deveríamos ou dormir mal tem efeitos imediatos no nosso
organismo, como falta de disposição, dificuldade de foco e concentração e menor
retenção de informações. Além disso, em longo prazo, aumenta o risco de problemas
como diabetes e AVC.
Mas o nosso objetivo não é convencer ninguém a ir mais cedo para a cama por causa
dos prejuízos que isso traz, e sim devido aos seus benefícios, que você confere a
seguir.
1. Você pode viver mais tempo
Com os sistemas do organismo em bom funcionamento, em conjunto com uma
alimentação adequada e atividade física, o corpo só tem a se beneficiar e isso pode
influenciar na maior longevidade com boa saúde. Se os diferentes sistemas do corpo
(circulação, digestão etc.) estiverem desregulados, é como se sobrecarregasse o organismo e ele estivesse em constante ‘estresse’, causando o equivalente a um desgaste’.
2. Produção de hormônios em dia
Hormônios, principalmente o de crescimento e o hormônio cortisol, não são
secretados de maneira contínua durante o dia. O ritmo circadiano, que é o ciclo biológico
dos seres vivos e está alinhado à variação de dia e noite, é quem dá o sinal para que
nosso organismo os secrete ou os produza.
3. Muito mais foco, concentração e atenção
O sono serve para descansar e é o momento também de absorver algumas informações
processadas ao longo do dia. Com a mente sem descanso adequado, há a imediata
diminuição da capacidade cognitiva e a redução de atenção e concentração.
Com isso, temos dificuldade de manter o foco, principalmente para atividades mentais,
como estudar, escrever, ler, elaborar um planejamento etc. Isso chama-se fadiga mental,
popularmente chamada de ‘cérebro cansado’.
Essa fadiga dificulta o raciocínio, a memorização e aumenta a chance de erros, muitas
vezes banais, durante essas atividadesPor exemplo, a melatonina e o hormônio do crescimento são liberados enquanto dormimos.
Já o cortisol, hormônio importante na metabolização de glicose no fígado e em situações de estresse, tem liberação pouco significativa durante o sono, porém com picos durante o dia. Com o sono desregulado, o cortisol por sua vez sofre interferência e pode ser liberado em maior quantidade no organismo, trazendo prejuízos, com resistência à insulina e consequente diabetes.
4. Humor melhora
A fadiga mental afeta diretamente não só a memória, o foco e a atenção como também o
humor. Sem o descanso da mente, aumenta a irritabilidade e diminui a paciência.
5. Disposição, vitalidade e energia
Mente e corpo descansados são fundamentais para a sensação de disposição necessária para as atividades físicas e mentais do dia. Para ter essa vitalidade e energia, só com a renovação celular, o equilíbrio bioquímico do organismo e o descanso do cérebro que o sono proporciona.
6. Pele
A renovação celular que ocorre durante o sono e os outros benefícios trazidos por esse
descanso, refletem diretamente na pele e expressões faciais. Uma das primeiras consequências de uma noite mal dormida é o aparecimento das olheiras.
7. Pressão arterial e circulação sanguínea
Todas as funções vitais, como as cardiovasculares, funcionam, no mínimo, mais próximo
do mais adequado quando cumprimos com a quantidade de sono que nosso corpo
precisa para se recompor.
Quanto tempo preciso dormir?
A quantidade de horas necessárias para uma boa saúde é relativa, variando conforme a
idade e o organismo de cada um. Para um adulto saudável, em média, o ideal são entre
sete e oito horas de sono. “Mas é normal alguns precisarem de nove horas e outros ficarem bem com apenas seis”, esclarece Andrea Bacelar, neurologista e presidente da ABS (Associação Brasileira do Sono).
Como saber se estou dormindo o suficiente?
Para identificar qual a quantidade ideal de sono de cada um, estando com boa saúde, a
pessoa deve sentir “pouca ou quase nenhuma sonolência durante o dia”, explica o
professor Mario Pedrazzoli, que é orientador nos programas de Neurociências e
Comportamento e Estudos Culturais da USP.
Respeitando essa necessidade biológica, os benefícios para a saúde são diversos e
fundamentais para a qualidade de vida. “Dormindo adequadamente, todos os sistemas vão funcionar como deveriam”, diz Bacelar. Esse sono “precisa ser reconfortante, permitindo que a pessoa atinja o estágio profundo, essencial para descansar o corpo e recuperar o cérebro, além de ajudar na modulação dos hormônios”, reforça o médico endocrinologista Rodrigo Moreira.
Fonte: UOL Viva Bem