A Polícia Federal cumpriu 13 mandados de prisão durante a Operação Bagration, nesta quarta-feira (27), em Goiatins e outras cidades do norte do Tocantins. Os envolvidos são suspeitos de integrarem uma organização criminosa que atuava no desvio de recursos públicos. Segundo a PF, a suspeita é que os prejuízos causados aos cofres da União sejam de aproximadamente R$ 10 milhões.

De acordo com informações da PF, foram 13 mandados de prisão, sendo nove preventivas e quatro temporárias. Entre os que tiveram a prisão preventiva decretada estão o prefeito de Goiatins, Vinícius Donnover Gomes (PSC), e a mulher dele, Sandra Suely da Silva, responsável por controlar as verbas da Saúde no município.

Outras pessoas que tiveram pedidos de prisão preventiva participavam da administração pública em Goiatins. Eles são:

– Heliene da Cruz Campos Luz (secretária de Finanças, além de operadora financeira do esquema criminoso, ela tinha acesso a todas as contas da prefeitura);

– Edigar Luz da Cruz (secretário de Saúde, era um dos principais auxiliares do esquema);

–  Diógenes Lima Filgueiras (servidor público, assessor direto do prefeito e agiria como “laranja”);

– Orleans Lima Filgueiras (secretário de Meio Ambiente, assessor direto do prefeito e agiria como “laranja”);

– Diana da Cruz Campos Ferreira (vereadora e Oficial de Justiça, acobertava e atrapalhava o processo do prefeito na Justiça);

– Livio Brito Brandão (pregoeiro, responsável pelas licitações da prefeitura);

– Wallas Ferreira de Jesus (caseiro do prefeito, a fazenda do político estava no nome do empregado e o trabalhador também seria dono de uma empreiteria, por isso também é apontado como “laranja”).

Prisões temporárias
Tiveram as prisões temporárias decretadas o contador da Prefeitura de Goiatins, Carlos Regino Rodrigues Correia. Ele também era contador da empreiteira que está no nome do caseiro; o ex-secretário de Controle Interno, Leonardo Martins da Silva, era braço direito do prefeito e é apontado como coautor das fraudes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb); o secretário de Recursos Humanos, Romerito Lemes Teixeira, que fazia falsificação físcal dos contracheques e o ex-contador da prefeitura, Wanderson José Lopes Ferreira,  que teria arquitetado o esquema criminoso.

Defesa
De acordo com Sérgio Ferradoza, advogado do prefeito Vinícius Donnover Gomes, o suspeito vem atestando em depoimento de que os fatos não são verdadeiros e correspondem a atos da administração anterior. Outros foram praticados por outras pessoas sem a ciência ou autorização dele. No decorrer do processo tudo será esclarecido, segundo o advogado.
A PF informou que 110 agentes participaram de operação para cumprir 60 mandados judiciais no Tocantins e no Maranhão. Foram nove  prisões preventivas, quatro prisões temporárias, 17 mandados de busca e apreensão, 28 de condução coercitiva, 12 de arresto de bens imóveis e bloqueio de ativos e seis de sequestro de gado [retenção de algo, por ordem judicial, quando houver dúvida sobre a origem desse bem], em Goiatins, Araguaína, Guaraí, Itacajá, Palmas e Carolina (MA), no povoado de Helenópolis.

Fonte: G1 Tocantins