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Observando os primeiros dias de movimentação política dos principais candidatos a governo e Senado constato que há uma intenção da maioria de impressionar a própria classe política com suas movimentações. Ou de anunciar apoios de quem está com quem… de vereadores e líderes que vão entrando na campanha de alguns (e que como mostra a história das últimas campanhas podem ate mudar de apoio até o dia das eleições dependendo das circunstâncias).
Campanhas dinâmicas no Instagram com vídeos, músicas e trends… pedidos de voto já assim direto sem muitas vezes gerar um sentimento de identificação.. os feeds já estão tomados por candidatos e candidatas destas eleições afinal são 514 ao todo: quase todo mundo tem alguém próximo ou conhecido que pode estar no páreo por vagas de estadual e federal.
Nos grupos de WhatsApp também muitos links, artes de candidatos… tudo normal para os primeiros dias de uma campanha só que o clima da população continua o mesmo.
Eu estava andando pelas barracas do Bonfim na última semana e acompanhei uma conversa. Um ambulante perguntou pro outro: “as políticas vão começar este ano é?”
O segundo respondeu: “nem sei …mas nós não votamos outro dia desse, agora de novo?”. O cara passou perto das toalhas expostas do Lula e do Bolsonaro e comentou: “sim, esse ano a gente vota pra presidente”. Aí todos disseram: “é mesmo…. Verdade….”. O outro retrucou: “aqui nós nem sabemos quem são os candidatos mesmo até agora, tô por fora de tudo, fosse nos tempos de velho Siqueira a gente já tava sabendo de tudo… ”, disse o senhor com seu rádio do lado.
Ou seja: será que a população está entendendo esse cenário político local tocantinense? As campanhas instagramatizadas chegam onde a população está considerando inclusive as condições de internet em vários lugares ? Será que só os líderes municipais vão conseguir buscar votos proporcionais com tanto nome no páreo? Criatividade ainda vai fazer a diferença eleitoral este ano.
O Tocantins da política precisa focar em se colocar de forma direta para a população não só em vídeos recheados de imagens e disparados nas redes ou só de forma digital: conquistar o eleitor nunca foi uma missão tão necessária!
O eleitor que está preocupado se vai votar em Bolsonaro ou em Lula e que nem sabe muitas vezes quem são os candidatos que estão disputando. O eleitor que não tem cargo de vereador ou de prefeito mas que são maioria e que tem sim vontade própria.
Tocar no eleitor que está na ponta é missão do jeito natural de fazer política independente de todas as tecnologias e boom das redes: contato popular, visitas, cara a cara, narrativa de aproximação a quem está descreditado na política e acima de tudo convencimento. Quem está disposto a isso? A tal política da sola de sapato…
Políticos fazerem campanhas para impressionar concorrentes ou o próprio meio político não estão sintonizados com o que quer e busca a população. O eleitor atento está observando…
A eleição é atípica não só na configuração mas principalmente na forma de conseguir mobilizar e chegar nos eleitores!