Foto – Arquivo Pessoal

Maju Cotrim- Editora- Chefe da Gazeta do Cerrado

Há 90 anos as mulheres conquistavam o direito ao voto. Data que não tem o destaque que merece principalmente no Tocantins. Aqui no Estado, as mulheres são maioria das votantes, mas ainda são invisibilizadas lá na base em seus municípios de várias formas. Ainda não são vistas como cidadãs que gostam sim de Política e que podem construir de várias formas em suas comunidades.

Em 1932, o Código Eleitoral garantiu a mulheres acima de 21 anos os direitos de votar e serem votadas em todo o território nacional. Dois anos depois, em 1934, o sufrágio feminino passou a ser previsto na Constituição Federal.

As mulheres representam a maioria dos eleitores do Brasil: 52,50% nas eleições de 2020, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, são 45,30% das filiações partidárias.

Sem condições de vida, trabalho e renda as mulheres não conseguem ter a participação que precisam ter no processo político. Seja podendo ser candidatas ou apoiando outras mulheres (e homens também claro). Poder ter as mulheres mais engajadas localmente e com isso estimular suas lideranças não é tarefa só de partidos, mas de todo meio social e isso não se trata apenas de conscientização, mas de uma mudança de visão no contexto político.

A igualdade política é irmos além dos 30% de cotas de candidaturas: é tratar as mulheres como protagonistas do processo de construção do país e isso ainda é desafio latente.

O que acontece é que ainda é um desafio inserir a mulher tocantinense no contexto protagonista político mesmo o Estado tendo tantos perfis qualitativos em várias áreas. As lutas são maiores, a busca por espaço é mais árdua.

Em 16 anos de cobertura política já vi mulheres sendo desqualificadas pelo cabelo, pelo estilo, reduzidas a outras aspectos… não dá pra dizer que está tudo bem. O caminho é longo e o Tocantins pode mudar essa visão desde as suas bases.

O Estado é um celeiro de boas gestões femininas e de mandatos parlamentares também feitos por elas mas precisa de mais. O Estado tem a única prefeita de capital do Brasil, Cínthia Ribeiro.

O Tocantins ainda tem uma representação feminina que deixa a desejar quantitativamente mas na qualidade se destaca. Na política, as mulheres têm feito a diferença com seus mandatos em várias áreas e focos. São estilos diferentes de legislar.

Na Assembleia Legislativa são cinco de 24, na Câmara Federal duas de oito e no Senado uma dentre as três vagas.

Passam pelas cinco parlamentares estaduais debates importantes principalmente em projetos voltados para a proteção das mulheres.

Mulheres na política no Tocantins

Do total de candidatos eleitos em todo o estado em 2020, as mulheres representam 17,7%. A maioria delas tem entre 40 e 44 anos e 56,9% possuem curso superior completo.
281 mulheres assumiram uma cadeira nas prefeituras e câmaras municipais do Estado – 1,7% a mais do que o registrado nas Eleições Municipais de 2016. Ao todo, 20 mulheres foram eleitas prefeitas e 32 vice-prefeitas. Já as câmaras municipais contam com 229 vereadoras.