Margareth Menezes foi nomeada Ministra da Cultura no Governo Lula – Foto – Divulgação
Maju Cotrim
Margareth Menezes, a futura ministra da Cultura, carrega a representatividade de ser mulher, negra, nordestina e ativista. Foi escolhida para este momento de recriação de um ministério vital para o desenvolvimento cultural do país.
Sua atuação vai além de ser uma reconhecida cantora com consolidação de tendências de vários ritmos! É considerada uma das 100 negras mais influentes do mundo pela “MIPAD – Most Influential People of African Descent”, instituição reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que destaca os maiores nomes de pessoas pretas em todo o mundo, em diferentes áreas de atuação.
Sua ascensão na cultura através do futuro do ministério alia sua trajetória com experiência com a representatividade que carrega! Cultura feita por negros e negras ampliando todos os horizontes e valorizando ainda mais cada manifestação deste país multicultural! E isso incomoda a quem?
O Ministério da Cultura foi extinto e transformado em uma secretaria vinculada ao Ministério do Turismo e agora passará por um processo de recriação.
Questionar negras em cargos de comando é uma rotina na sociedade brasileira….aceitar esse lugar de destaque ainda incomoda alguns setores! As capacidades sempre são questionadas quando se trata de negros e negras num país em que ano após ano pessoas sem nenhuma credencial para assumir algumas áreas não têm o mesmo questionamento.
Margareth tem experiência em gestão de produção cultural e é embaixadora da Organização Internacional de Folclore e Artes Populares da Unesco.
Em termos de política cultural podemos destacar a fundação da ONG Fábrica Cultural em Salvador para promover a qualificação por meio de processos educacionais amparados na arte, desenvolvendo redes associativas, fortalecendo trabalhos colaborativos focados na geração de renda.
O Brasil precisa de muito sucesso e uma gestão histórica para a cultura de todo país e não é sobre questões políticas mas pelo desenvolvimento que a área merece! Torcer contra ou questionar a experiência e capacidade de uma mulher consagrada como a baiana Margareth é não ser a favor do Brasil!
Como ela mesmo diz: “vamos precisar de todo mundo!”. Que seja uma junção de forças na área com muito diálogo e respeito a todos os segmentos culturais! E com certeza a cultura negra estará lá representada como merece e pelo papel protagonista que sempre teve na história deste país!
Maju Cotrim é jornalista, Editora Chefe da Gazeta, Especialista em
comunicação étnico-racial e escritora!