Popularidade virtual X Eleições 2022: e o Tocantins das pessoas?

Maju Cotrim

Julho… e vão se intensificando as movimentações políticas para quem quer disputar seja as majoritárias ou proporcionais do próximo ano. Quem já tem mandato está reforçando as bandeiras e atuação… quem é pré-candidato e está sem mandato começou a andar o Estado e buscar construir bases.

Processo natural como todo ano véspera de eleições se não fosse o fator virtual. Nem na véspera de 2018 a política já passava tanto pelas redes sociais. Se comunicar com os eleitores e cidadãos é uma necessidade, é claro, mas é preciso analisar a qualidade desta comunicação quando o assunto é política e pretensões.

Existe uma distância quilométrica ainda entre posts em redes sociais como Instagram, por exemplo, e grande parte da população do Tocantins. Assim como existe um abismo entre ter ou achar que tem  “popularidade digital” e que só isso basta para ser ou ter imagem de um bom político.

Falar com o próprio público que já conhece e tem afinidade não é conversar com a população em geral e esse é um cuidado que se deve ter quando o assunto é rede social. Além disso, ações institucionais não devem ser lançadas ou repercutidas apenas nas redes sociais dos mandatários, como se toda população estivesse ali alcançada. Algo que vem virando moda por parte de alguns políticos no Tocantins que muitas vezes até confundem redes pessoais com as das instituições. 

Evitar os excessos e buscar a linha mais próxima da realidade são dois caminhos inevitáveis para quem quer disputar em 2022 independente da quantidade de seguidores em redes. Engajamento e criatividade são importantes e muitos políticos tocantinenses têm tido sucesso neste sentido no ramo virtual de forma informativa e qualitativa só não se pode esquecer que rede social é cada vez mais sobre realidade.

Aquela máxima: Seguidores nem sempre são eleitores e curtidas nem sempre viram voto. Aquela receitinha…

Que as redes sociais dos políticos sejam o espelho real do seus trabalhos parlamentares mas que além disso suas atividades políticas toquem e cheguem ao “Tocantins das pessoas “, o mesmo da Dona Marta dos rincões do jalapão, o da Dona Neide, paneleira do Bico e o de tantos anônimos tocantinenses que aguardam por políticas públicas diversas e que muitas vezes sequer têm um celular ou acesso á internet .

As redes como vitrine eleitoral só somam e agregam á influência política se não for apenas uma estratégia de popularidade digital.

Um amigo influente na política comentou nesta sexta ao observar os esforços e até exageros por parte de alguns nas redes sociais: “Político que ao invés de falar do seu trabalho fica fazendo comida em rede social é porque na verdade  está cozinhando o eleitor”, chegou a dizer ao falar num tipo de “Masterchef de 2022”, brincou.

Influência digital é importante nas trajetórias políticas mas que a busca por ela não afaste do Tocantins real quem tem a obrigação de legislar ou governar para todos, sendo seus seguidores ou não.