
Em entrevista exclusiva à Gazeta do Cerrado, o secretário de Estado do Meio Ambiente, Marcelo Lélis, destacou os avanços que o Tocantins tem alcançado na pauta ambiental e afirmou que o governo Wanderlei Barbosa inaugura um novo marco histórico para a sustentabilidade no Estado.
Segundo Lélis, o Tocantins passou de uma gestão ambiental fragmentada para uma atuação integrada, baseada em tecnologia, fiscalização e participação social. “O maior avanço foi a mudança de mentalidade: mostrar que a agenda ambiental não é obstáculo, mas o caminho para o desenvolvimento econômico sustentável”, ressaltou.
O secretário destacou que o Tocantins vem apresentando resultados consistentes na redução do desmatamento. Em 2024, houve queda de 24,5% no bioma Cerrado, e nos primeiros meses de 2025, o índice caiu mais 23,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do DETER/INPE.
Outro marco é o investimento recorde em combate a incêndios. Somente em 2025, foram R$ 17 milhões destinados ao plano estadual contra queimadas, além de R$ 7 milhões para o programa Foco no Fogo. “A combinação entre tecnologia, como o CIGMA, e a integração de diferentes instituições tem garantido avanços concretos”, afirmou.
REDD+: motor de desenvolvimento sustentável
Lélis enxerga no REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) um divisor de águas. Segundo ele, a iniciativa transforma a conservação em motor de geração de renda e inclusão social, atraindo investimentos internacionais e valorizando comunidades locais.
“O Tocantins pode se tornar o primeiro estado brasileiro a receber recursos financeiros pela implementação do REDD+ na abordagem mercado. A expectativa é de mais de R$ 1,2 bilhão para políticas de desenvolvimento sustentável, geração de renda e apoio ao setor produtivo”, afirmou.
Além do REDD+, o governo tem implementado outros programas estratégicos, como o Plano ABC+ (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), o Projeto Restaura Tocantins — que prevê investimento de até R$ 120 milhões para restaurar 12 mil hectares degradados —, e o Projeto Sustenta Tocantins, que conta com R$ 45 milhões do Fundo Amazônia.
Também estão em andamento iniciativas como o Lixão Zero, o Plantando Água e a Caravana do Meio Ambiente.
Entre os principais desafios, o secretário citou o combate às queimadas, a regularização ambiental das propriedades rurais e a diversificação econômica com fortalecimento da bioeconomia. “O Tocantins precisa superar a visão de que sustentabilidade é entrave ao desenvolvimento. Ela é, na verdade, o caminho para inovação, inclusão social e geração de oportunidades”, avaliou.
*Legado*
Ao falar sobre o futuro, Marcelo Lélis disse esperar que o Tocantins seja referência mundial em sustentabilidade. “Queremos mostrar, na prática, que é possível unir crescimento econômico e conservação. Esse é o legado que esta gestão busca deixar para as futuras gerações.”