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Há 5 anos, os bebês que nascem prematuros ou com baixo peso no Hospital e Maternidade Dona Regina contam com um método capaz de oferecer benefícios aos pequenos que precisam de cuidados especiais. Trata-se do método canguru, um tipo de assistência neonatal que estimula o desenvolvimento e coloca o bebê em contato pele a pele, para sentir o cheiro e ganhar o calor do corpo da mãe.

A rotina da jovem Maria Gabriela Soares Folha mudou após a chegada do seu filho e, segundo ela, mudou ainda mais após o método canguru. “Sinto-me próxima ao meu filho. É uma maneira de proteção e cuidado”, frisou, acrescentando que obteve todo o atendimento e suporte necessário dos profissionais. Ela é de Dianópolis, região Sudeste do Estado, e relatou que foi bem acolhida no hospital.

Também nascida prematura, a pequena Yara Aparecida Andrade já se acostumou com o método canguru. A mãe Nayara Andrade de Carvalho, de 16 anos, contou que a pequena fica mais calma na posição canguru e consegue dormir bem. “Ela sente o meu coração e eu o dela. É muito bom esse contato que o método proporciona”, relatou a mãe.

O método canguru, conforme a Organização Mundial da Saúde, trata-se de um modelo de assistência ao recém-nascido prematuro e sua família. Ele é voltado para o cuidado humanizado que reúne estratégias de intervenção biopsicossocial. O bebê prematuro é colocado em contato pele a pele com sua mãe ou com seu pai.

Conforme a coordenadora do método canguru no Dona Regina, Helen Manzano, o hospital está habilitado para realização do método desde 2012. Já em 2009 foi o ano em que houve a capacitação dos servidores na Atenção Humanizada do Recém Nascido Baixo Peso – Método Canguru.  “Esse método se baseia em cinco pilares: cuidados individualizados (centrados na família); contato pele a pele; controle ambiental; adequação postural e amamentação”, frisou a coordenadora.

Ainda segundo Helen, a primeira etapa do método se dá no início do pré-natal na gestação de alto risco e, após, na internação do recém-nascido prematuro na Unidade Neonatal. Os pais devem ter livre acesso à unidade, sendo que os estímulos ambientais prejudiciais da unidade neonatal, como ruídos, iluminação e odores devem ser evitados.

Já na segunda etapa, o bebê permanece de maneira contínua com a mãe e a posição canguru deve ser realizada o maior tempo possível. A mãe participa ativamente dos cuidados do prematuro, e deve estar apta para colocar o bebê na posição canguru. “É como se fosse um estágio da mãe com o seu bebê antes de ir para casa”, enfatizou a coordenadora.

Na última fase, a terceira, o bebê vai para casa, após a alta hospitalar. “O bebê tem que retornar para ser acompanhado, de 48 a 72 horas, por uma equipe de profissionais, juntamente com sua família, no ambulatório”, enfatizou a coordenadora, acrescentando que caso o bebê tenha nascido com peso menor ou igual a 1,5 kg e/ou 34 semanas, esse acompanhamento acontece até os dois anos de idade.

Benefícios

O método canguru proporciona vários benefícios: ajuda no desenvolvimento físico e emocional do bebê; reduz o estresse, a dor e o choro do recém-nascido; estabiliza o batimento cardíaco, a oxigenação e temperatura do corpo do bebê; ao ouvir o som do coração e da voz da mãe, o bebê fica mais calmo e sereno; aumenta o vínculo mãe-filho; favorece o aleitamento materno; contribui para a redução do risco de infecção hospitalar; maior confiança dos pais nos cuidados com o bebê; contribui para otimização dos leitos de UTI.