Equipe Gazeta do Cerrado

A jovem carateca Milena Muralha de 21 anos, causou preocupação nesta última quinta, 11, quando a família noticiou que estava sem informações dela havia mais de 12 horas. O desaparecimento foi explicado em um vídeo gravado pela atleta nesta sexta-feira, 12. Milena relatou à sua Assessoria o relacionamento com o pai dizendo que ele sempre teve comportamento violento, batendo inclusive na mãe dela inúmeras vezes. Os dois são separados desde 2004. (Veja o vídeo no final de matéria)

“Mesmo com tudo isso, minha mãe sempre quis que tivéssemos uma boa relação, que tivéssemos um pai por perto. Na noite de quarta feira, dia 10, fui visita-lo para um churrasco por volta das 22h. Estávamos muito bem, ele e sua esposa e eu com meu namorado. Sua esposa foi deitar e continuamos conversando tranquilamente, até que por volta das 4h da manhã de quinta-feira, chegamos ao assunto dos assédios que eu e minhas irmãs já sofremos por parte da família dele, eu lhe questionei perguntando por que ele nunca ficou do nosso lado, por que ele nunca fez um papel de pai, em todas as suas respostas ele nos culpava. Eu me perguntei: não seria o papel do pai defender os filhos, dando-lhes amor e proteção? A mulher tem culpa de ter sido assediada? Foi quando me exaltei e virei a mesa do local que estávamos, pois o trauma continua em mim até hoje e eu não suportei ouvir aquilo”, contou Muralha.

Ela revelou a série de agressões cometidas pelo pai. “Ele me empurrou com bastante força no chão e começou a me agredir. Eu não fiquei parada, não iria apanhar sem lutar, levantei mas ele me deu um soco bastante forte em meu ouvido esquerdo, que na hora eu caí no chão e perdi toda a audição do lado esquerdo. Meu namorado chegou a nos separar mas de novo aconteceram as agressões, desta vez no meio da rua, onde ele me jogou no chão e começou a me chutar, jogou a moto em cima de mim e chegou a me asfixiar com seu joelho, meu namorado conseguiu nos separar de vez e fomos embora. Corri para a casa da minha mãe onde todos sofreram ao me ver naquela situação” lembra a atleta.

Milena conta que depois disso foi sozinha à 1º Delegacia de Polícia na Teotônio Segurado, de moto, sentido um misto de pânico e dor. Ao chegar, o agente informou-lhe que ela deveria ir até a delegacia da mulher, ela foi até a unidade da 604 sul, a qual encontrava-se fechada por funcionar em horário comercial. “Me senti totalmente insegura, com medo de sofrer mais agressões, então segui para uma pousada. Meu corpo todo tremia, mal conseguia andar, tomei um banho e esperei as dores aliviarem. Tive medo, dores, não conseguia entrar em contato com ninguém devido ao trauma. As dores ficaram intensas, foi quando no período da tarde fui a um hospital particular para me tratar. Confesso que tive bastante medo e já pedi desculpas a quem eu amo e peço a todos que se preocuparam comigo, mas só quando você passa por um trauma desse, você entende”.

Milena foi encontrada no hospital pela família e nesta sexta-feira, 12, foi à Delegacia prestar queixa do ocorrido. “Registrei tanto o boletim de ocorrência e fiz o exame de corpo de delito, quanto fiz o pedido de medida protetiva contra ele. Agora ele tem que ficar ao menos 100 metros de distância e não poderá se referir a mim nem nas redes sociais. Isso se aplica aos familiares que estão ao lado dele. Por mais que doa, por ser sangue do meu sangue, ele tem que arcar com todas as consequências dos seus atos”. Disso tudo Milena leva consigo o desejo de justiça e estende seu apoio às mulheres vítimas de violência, destacando que irá lutar pela bandeira da não violência a mulher.

O vídeo com os detalhes do ocorrido foi postado na página da jovem no Instagram

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