Equipe Gazeta do Cerrado

Durante os depoimentos na tarde desta quinta-feira, 25, o ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda e o pai, Edmar Brito se manteram em silêncio.

“A prisão e um extremo constrangimento e é ilegal”, disse o advogado de Marcelo Miranda. A orientação é que eles não falem por enquanto, segundo o advogado. A defesa já prepara pedido de habeas corpus.

Miranda e o pai estão no Comando da PM. A defesa já prepara pedido de habeas corpus.

A prisão preventiva do ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda, foi mantida pelo juiz federal João Paulo Abe. O magistrado considerou como graves os elementos que motivaram a prisão.

Ele foi encaminhado para uma sala de Estado Maior no Comando Geral da Polícia Militar, em Palmas, onde aguardará a continuidade das investigações.

Brito Miranda

O juiz federal João Paulo Abe estipulou uma fiança no valor de 200 salários mínimos para substituição da prisão preventiva do investigado José Edmar Brito Miranda, pai do ex-governador, por medidas cautelares. O magistrado levou em consideração a idade avançada (85 anos) do investigado e um laudo médico, apresentado pela defesa, que indica saúde debilitada e cuidados médicos especiais.

Por ser advogado com registro ativo na OAB, Brito Miranda foi encaminhado para uma sala de estado maior, no Comando da Polícia Militar, em Palmas. Ele ficará lá até que o pagamento da fiança seja comprovado.

Entre as medidas cautelares estão a proibição de contato com investigados na Operação Reis do Gado, que investiga crimes de corrupção no Tocantins, e o recolhimento no período noturno e aos finais de semana em seu domicílio.

Dulce se manifesta

A esposa de Marcelo Miranda, a deputada federal Dulce Miranda (MDB), emitiu nota afirmando que não tem acesso ao processo investigativo. Ela disse que como esposa, tem plena convicção da inocência e da integridade do marido e que estendo a mesma confiança ao sogro e ao cunhado.

O MDB não emitiu nota.

Entenda o caso

A Polícia Federal prendeu preventivamente, nesta quinta-feira (26), o ex-governador de Tocantins Marcelo Miranda (MDB), seu pai, José Edmar Brito Miranda, e seu irmão, Brito Miranda Júnior. Eles são suspeitos de integrar uma organização criminosa que teria causado prejuízo de R$ 300 milhões aos cofres públicos. Entre os crimes investigados estão corrupção, fraude em licitações e desvio de recursos públicos.
Miranda estava em Brasília, no apartamento funcional da mulher, a deputada Dulce Miranda (MDB). Ela não é investigada. Brito, que tem 85 anos, foi preso em Palmas, onde a PF também cumpre um mandado de busca e apreensão na casa do ex-governador. Brito Miranda Júnior estava em Santana do Araguaia (PA). As medidas foram autorizadas pela 4ª Vara Federal de Palmas.
A defesa da família informou que “a princípio não há fatos que justifiquem o pedido de prisão”, mas vai se posicionar somente após ter acesso à decisão.
Esta é a segunda ação da PF nesta semana para investigar Marcelo Miranda. Na quarta-feira (25), durante a operação Carotenóides, a polícia prendeu um casal suspeito de ser laranja do ex-governador para o registro de veículos e imóveis.