Do Bico-Maju Cotrim
Pegamos estrada rumo ao Bico na última sexta-feira,14. Até Araguaína era sol. Passando da cidade logo a chuva começou a cair. Nesta sexta choveu pouco. Nosso destino era a cidade mais atingida pelas cheias no Tocantins: São Miguel.
Segundo os dados são mais de 1.500 pessoas estão desabrigadas e/ou desalojadas no município de São Miguel do Tocantins, entre elas, cerca de 330 crianças e 80 idosos, e pelo menos 15 mulheres grávidas.
Logo na entrada da cidade alguns moradores mantém a rotina de caminhada. Outros já estavam nos espetinhos e rodas de conversa. Pergunto onde encontro as pessoas desabrigadas e um moto táxi informa que acha que eles estão no ginásio.
Chegando lá, encontramos cinco famílias. Uma delas muito emocionada ao contar sua saga ao ter que sair de casa chega a me abraçar. Seguimos para o distrito Bela Vista que é onde as enchentes estão acontecendo.
Cenário movimentado. Caminhonetes do Exército, carros da Defesa Civil que está dando total Assistencia assim os bombeiros. Centenas de pessoas nas ruas e nas portas. Eles olham com curiosidade nossa equipe.
Visitamos os abrigos e conhecemos a rotina dos voluntários e servidores que se desdobram para garantir comida, roupa e receber os desabrigados que chegam todos os dias. Maior parte deles está em casa de familiares mas cerca de 185 pessoas estão nos 13 abrigos da prefeitura que ficam entre igrejas, escolas e ginásio.
Além da imensa rede de solidariedade algo me chamou atenção: os moradores convivem com a água que já chega no distrito. Muitos vão e vem passando pela água que chega a dar na cintura em alguns pontos.
Um empresário reclama da falta de energia que o deu um prejuízo de R$ 8 mil. Na porta, uma família inteira sentada em meio á água . Famílias vão e vem trazendo pertences e animais.
Os tocantinenses contam com uma ampla rede de solidariedade não só dos moradores mas como da junção de forças da prefeitura com o governo. A ordem e não faltar alimentação, nem gás, roupas e nada de imediato que quem está tendo que deixar suas casas precise neste momento.
Os impactados recebem ainda apoio da assistência social que acompanha caso a caso.
A esperança é que as chuvas possam dar trégua nos próximos dias e que as possibilidades de recomeço comecem a surgir para quem perdeu a tão sonhada casinha construída com suor mas jamais a fé. Além do básico como cestas, lugar provisório para dormir dentre outras coisas: muitos se perguntam agora como vai seguir a vida e todo apoio continuará sendo importante.
Além de números de impactados, o que vi foi uma comunidade que deu as mãos para ajudar os que mais precisam e o Bico dá lição de solidariedade. Vi também uma rede ampla de força tarefa de todos os órgãos que monitoram a situação.
Veja o vídeo:
Agradecemos a toda equipe da prefeitura que nos recebeu e forneceu as informações e principalmente a cada impacto que em meio a dor nos contou suas histórias.
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