Sem água há mais de uma semana, moradores de Divinópolis, região central do estado, bloquearam o trecho da TO-080 que dá acesso a Paraíso do Tocantins. O protesto começou por volta das 8h desta quinta-feira (24) e não tem hora para terminar. A Polícia Militar acompanha o ato e informou que há um grande congestionamento nos dois sentidos da rodovia.
Segundo a moradora da cidade, Kélita Bezerra, o objetivo é chamar a atenção das autoridades para a falta de abastecimento. “Do jeito que está não dá para ficar. Se fosse só este ano, mas não. Todo ano acontece a mesma coisa. Tem lugar que fica mais de um mês sem água”.
Para bloquear a rodovia, os moradores estacionaram dois caminhões nas duas vias. Segundo os manifestantes, desde às 8h, apenas um ônibus foi liberado para passar porque havia um passageiro que tinha sido submetido a uma cirurgia.
A Agência Tocantinense de Saneamento prometeu enviar quatro caminhões-pipa a Divinópolis, e solucionar o problema em dez dias perfurando um novo poço artesiano.
Prejuízos
A situação mais crítica é vivida pelos moradores do setor Sol Nascente. A cabeleireira Maria do Bonfim teve que fechar o salão. “Não tem como trabalhar, você está vendo aí que está fechado o portão”.
A cabeleireira Rafisa Coelho não fechou as portas, mas precisou encontrar uma estratégia para atender a clientela. “Eu tenho que levar as minhas clientes para outra casa, onde eu tenho um poço. Eu tenho que lavar a cabeça das clientes no tanque de lavar roupa e trazer de volta para cá para conseguir trabalhar”, contou.
A falta de água em Divinópolis está prejudicando as aulas. Algumas escolas estão liberando os alunos mais cedo, por volta das 9h.
Na casa do servidor público Luiz Brito também não tem uma gota d’ água. O jeito é pedir em comércios. “Aqui nós estamos nos virando pegando água no posto de gasolina, no estádio de futebol, onde tem poço artesiano”.
Fica difícil também para o pedreiro Miguel Coelho. Sem água na casa em construção, ele precisa percorrer quilômetros. A situação atrasa o andamento da obra. “Difícil, tenho que buscar água na cisterna da casa da minha mãe, uns dois quilômetros de distância. É assim que estamos nos virando”.
Fonte: G1 Tocantins