Apaixonada pelos filhos e pelo volante, Leidiane Bertelle tem uma rotina dividida. Ela trabalha como motorista de ônibus, um cargo majoritariamente masculino, e passa a maior parte do tempo nas estradas. Apesar da rotina corrida, ela encontra tempo para cuidar da casa e dar atenção aos três filhos e se emociona ao falar da distância: “Tenho que trabalhar para sustentar eles”.
Leidiane faz a rota de 800 quilômetros entre Palmas e Goiânia. Vai e volta no volante. No percurso, faz dois revezamentos para descansar. Nessas horas, o companheiro inseparável é o celular onde ela mata a saudade das crianças.
![Mãe divide a paixão pelo volante e a rotina de cuidados com os filhos (Foto: Reprodução/TV Anhanguera) Mãe divide a paixão pelo volante e a rotina de cuidados com os filhos (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)](http://s2.glbimg.com/unCz07YyxcjR2GFJbLN9-6AoZ6U=/0x0:1280x720/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/X/r/BTrCqyRFiFy5xskERFKA/mae-3.jpg)
“Aqui a gente tem wifi, chamada de vídeo. Se eu estou na estrada que é mais cedo, porque a mais velha dorme em torno de 22h30, se eu não estou dirigindo e tem sinal, eu chamo pelo vídeo deitada na cama e vou conversando com ela. Aí aviso: ‘minha filha, se cair a ligação, é porque o sinal acabou. Agora é só amanhã de manh㔑.
Os filhos da Leidiane moram em Palmas e o marido em Goiânia. Ela sempre chega de viagem, pelas manhãs. Quando ela chama no portão, começa a festa das três crianças.
![Nas horas de descanso, ela aproveita para deitar e falar com os filhos por chamada de vídeo (Foto: Reprodução/TV Anhanguera) Nas horas de descanso, ela aproveita para deitar e falar com os filhos por chamada de vídeo (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)](http://s2.glbimg.com/VypNqcNxDoAX3CLzeSqqOA9uLEI=/0x0:1280x720/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/W/R/vQwIGFSja33blKz1Uhog/mae-2.jpg)
Depois de dirigir a noite inteira, não senta para descansar. A “super-mãe” arruma a mesa do café para os filhos e senta com eles para conversar. Cansada, sem dormir, ela reserva a manhã toda para eles e ajuda nas tarefas da escola.
A mãe só para à tarde, quando as crianças vão para a escola. Leidiane diz que ama a profissão de motorista, trabalha para criar os filhos, mas conviver com o sentimento de culpa por não estar sempre presente na vida dos pequenos, é uma luta.
“Tem dia que eu converso com eles por áudio e vídeo. Às vezes quando eu desligo, eu nem dou tchau, porque já estou chorando. Eu gosto de dirigir, mas é por eles também. Tenho que trabalhar para sustentar eles”, diz emocionada.