Apostando na mão-de-obra feminina, a bombeira hidráulica Geisa Garibaldi criou a Concreto Rosa. A empresa de construção civil é a primeira do Rio de Janeiro onde todos os serviços são prestados por mulheres.
As profissionais fazem serviços de elétrica, hidráulica, alvenaria, pintura, revestimento de azulejo, jardinagem, mudanças e reparos domésticos em geral. Elas também realizam oficinas de reparos e projetos de arquitetura e engenharia.
Mulher negra e bombeira hidráulica, Geisa Garibaldi abriu a Concreto Rosa em 2015 para garantir o sustento de sua família e suprir uma lacuna no atendimento a clientes do sexo feminino.
“Não são raros os relatos de mulheres que passaram por assédio ou constrangimento na hora de contratar reforma e reparos domésticos. As clientes ficam mais confiantes de que não vamos enganá-las no serviço e se sentem mais confortáveis para nos receber em casa”, conta.
A companhia compõe uma estatística que mostra a mudança no mercado de construção civil, segmento historicamente dominado por homens. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2007 a 2018, a participação de mulheres na construção civil aumentou cerca de 120%. O número de profissionais do sexo feminino chegou a 239,2 mil.
Geisa Garibaldi reconhece o papel de transformação social da Concreto Rosa neste contexto. “Mais do que nossa atividade profissional, exercemos a nossa autonomia feminina, inovando, gerando novas oportunidades de trabalho e uma nova narrativa para o mercado”, avalia.
Bienal Internacional de Arquitetura
A empresária negra levará a experiência da empresa totalmente feminina para a 12ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece de 10 a 29 de setembro no Sesc 24 de Maio.
Geisa Garibaldi participará de um debate no lançamento do evento junto a profissionais e pesquisadores de diversos países. A Concreto Rosa também vai realizar uma intervenção com materiais, fotografias e outros elementos de trabalho que mostram o caráter humano e afetivo das mulheres na construção civil.
“Vamos contar histórias pessoais de clientes atendidas pela Concreto Rosa. Vivências, experiências, sentimentos do dia a dia serão compartilhados em áudio e vídeo disponíveis ao público em tablets”, adianta Geisa Garibaldi.
O tema da 12ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo é “Todo Dia” e deve abordar como o cotidiano influencia a forma como os indivíduos moram, constroem e ocupam o espaço urbano.
fonte: site Alma Preta