Casas foram incendiadas após o ataque no assentamento — Foto: Márcio Novais/TV Anhanguera
Casas foram incendiadas após o ataque no assentamento — Foto: Márcio Novais/TV Anhanguera


A deputada estadual Amália Santana (PT) solicitou apoio ao secretário de Segurança Pública, Cristiano Sampaio, na segurança no assentamento Malu, em Bernardo Sayão, após o acontecimento no acampamento Maria Bonita, na Fazenda Navarro, em Palmeirante.

“Se o Estado não colocara a mão vai ter mais conflito e morte na região”, disse a parlamentar, e confirmou que  secretário Cristiano Sampaio garantiu apoio.

Os moradores do assentamento Malu, também em Palmeirante, já passaram por ameaças durante este ano, relataram alguns assentados.

Entenda

O acampamento Maria Bonita, na zona rural de Palmeirante foi invadido por homens armados na manhã dessa sexta-feira, 06. Um homem identificado como Getúlio foi morto a tiros dentro da própria casa pelos criminosos. Um homem de 27 anos também foi ferido, e foi levado ao Hospital Regional de Araguaína.

Segundo informações, a vítima não morava especificamente dentro do acompanhamento, mas na divisa, mas, teria familiares cadastrados no projeto de reforma agrária e dava apoio aos moradores. Outros moradores ainda teriam sido tirados à força de suas casas pelos jagunços, espancados e baleados, incluindo o cunhado do de Getúlio. Alguns estariam desaparecidos.

Há alguns dias, a ponte que dá acesso ao acampamento e à propriedade do Getúlio foi derrubada, supostamente pelos criminosos. Assim, os acampados se reuniram e reconstruíram a ponte. Posteriormente, Getúlio e outros moradores denunciaram o fato à Polícia Civil em Colinas do Tocantins.

A Fazenda Navarro é uma área que pertence à União e que tem a posse disputada entre camponeses e fazendeiros. Há uma semana, o Ministério Público Federal pediu que todos os atos já realizados no processo relacionado à fazenda sejam anulados, alegando que o caso tramitou na Justiça Federal sem o conhecimento da Procuradoria da República em Araguaína.

O MPF se pronunciou sobre o ataque desta sexta-feira e classificou o caso como uma ‘chacina’. O órgão afirma que alertou por várias vezes a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual sobre a violência na região e o risco de um confronto.

No acampamento, vivem cerca de 100 famílias que lutam pela reforma agrária.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins