O Parque Estadual do Jalapão, um dos principais destinos turísticos e ambientais do Tocantins, enfrenta um dos piores cenários de incêndios dos últimos anos. Moradores relatam que o fogo já consumiu grandes áreas de vegetação nativa, incluindo regiões de extrativismo de capim-dourado, e alertam que, se nada for feito com urgência, “não vai sobrar nada”.
“Eu acho que esse ano não vai sobrar nada, é 100% do parque. O fogo está para todo lado, o fumaceiro já dura vários dias sem parar”, desabafou um morador em áudio enviado à reportagem.
Segundo os relatos, o incêndio já destruiu áreas da Comunidade Mumbuca, referência no extrativismo do capim-dourado, além de avançar em direção à Serra da Jalapinha e ao encontro dos rios Novo e Sono, importantes atrativos naturais do Jalapão.
“Está queimando tudo, tudo… a gente só vê os paredões de fumaça. Aqui da minha casa eu enxergo o fogo lá na frente e não para. É escandaloso”, completou o morador.
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Falta de ação do poder público
A principal queixa é a ausência de medidas efetivas para conter os incêndios. Segundo a denúncia, brigadas de combate e bombeiros não têm conseguido responder à altura da gravidade da situação. “Falta ação das autoridades para coibir o fogo, brigadas, bombeiros… já são dias sem parar”, disse o denunciante.
As críticas também se voltam para o Naturatins, responsável pela gestão do parque, e para as prefeituras dos municípios de Mateiros e São Félix, onde se concentram os maiores focos. “Seria importante questionar as autoridades de Mateiros e a coordenação estadual das brigadas. O Naturatins é o guardião do parque, mas está deixando queimar inteiro”, afirma.
Além dos danos ambientais irreparáveis, a situação já preocupa o setor turístico, que tem no Jalapão sua principal fonte de renda. “Fala-se em turismo, mas qual sustentação ele terá se deixam queimar tudo? As empresas estão operando, mas o que vai restar para mostrar?”, questionou o morador.
