Mais de 200 famílias do Acampamento Carlos Marighella, instalado às margens da TO-404, em Araguatins, no Bico do Papagaio, bloquearam a rodovia nesta segunda-feira, 8, em protesto para pressionar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a cumprir acordos firmados.
Acampadas desde 2013, as famílias reivindicam a realização de vistorias nas fazendas Santo Hilário e Água Amarela, áreas públicas da União localizadas no município. O movimento denuncia que a demora no processo tem deixado os trabalhadores em situação de vulnerabilidade, marcada pela violência crescente no território.
Segundo relatos, veículos têm passado em alta velocidade atirando contra os acampados, além da queima frequente de barracos e roças. “Não existe soberania popular sem Reforma Agrária”, destacam os manifestantes na pauta de reivindicações.
Em nota oficial, o Incra Tocantins informou que mantém diálogo com as famílias do acampamento, a direção do MST e a Polícia Militar da região, buscando uma saída pacífica para a desobstrução da rodovia. O superintendente regional, Edmundo Rodrigues, anunciou que viajará nesta terça-feira, 9, a Araguatins, acompanhado do chefe de Obtenção do Incra, Hilton Faria, e do conciliador agrário regional, Geraldino Gustavo, para reunir-se com as famílias.
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A autarquia reiterou que as demandas já haviam sido tratadas em reunião realizada em agosto, e que existe compromisso firmado para realizar ainda neste mês de setembro a vistoria na Fazenda Santo Hilário.
O Incra destacou, ainda, que a política de Reforma Agrária ficou paralisada por muitos anos no Brasil e no Tocantins, mas que a atual gestão vem retomando os processos represados. Como exemplo, citou a criação de vários assentamentos desde maio de 2023 e a abertura de editais de seleção de famílias no estado.
Após diálogo, as famílias decidiram desocupar a rodovia. “O Incra Tocantins mantém firme seu compromisso com a Reforma Agrária”, afirmou o superintendente Edmundo Rodrigues Costa.
