Em meio a reclamações sobre a situação precária das vias urbanas, o prefeito de Filadélfia, David Bento (PP), assumiu papel ativo como manifestante e anunciou, em vídeo divulgado nas redes sociais, bloqueios nos acessos da TO-222 para caminhões e veículos pesados a partir desta quinta-feira (20). A medida busca pressionar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o Governo Federal para que realizem a recuperação das ruas e avenidas do município, severamente danificadas pelo intenso tráfego decorrente da queda da Ponte Juscelino Kubitschek, em dezembro de 2024.
A TO-222 liga Filadélfia a Araguaína e é rota estratégica também para Carolina (MA). Desde o colapso da ponte, o volume de veículos aumentou muito acima da capacidade suportada pela estrutura viária local, causando graves danos estruturais.
David Bento detalhou que o bloqueio ocorrerá nos principais acessos ao município, incluindo o Posto Fiscal e a região da Beira Rio, com exceção para a circulação de veículos leves, ambulâncias, transporte escolar e ônibus de turismo. “Operação tapa-buraco ajuda, mas não resolve o problema”, ressaltou o gestor, pedindo compreensão aos caminhoneiros e explicando que a iniciativa visa preservar o bem-estar da população.
A queda da Ponte Juscelino Kubitschek, em 22 de dezembro de 2024, provocou mudanças drásticas no fluxo de veículos pesados na região. Sem a ligação direta entre Tocantins e Maranhão, o tráfego foi desviado para rotas alternativas não preparadas para tal volume, especialmente nas cidades de Axixá, São Miguel do Tocantins, Sítio Novo e Filadélfia, que passaram a enfrentar sobrecarga nas ruas e avenidas.
O desvio obrigou caminhoneiros a buscarem caminhos mais longos e, frequentemente, em condições precárias, intensificando o desgaste das vias e gerando riscos à segurança. As rotas alternativas acabaram por sobrecarregar o sistema viário regional, acelerando a deterioração do pavimento e exigindo intervenções emergenciais para evitar a paralisação total do tráfego.
Os órgãos responsáveis, como a AGETO e o DNIT, assumiram temporariamente a manutenção dessas rodovias estaduais alternativas, desenvolvendo ações de conservação, recuperação e reforço estrutural em trechos críticos para garantir a trafegabilidade. Além disso, a operação das balsas entre Estreito e Aguiarnópolis funciona 24 horas para diminuir os impactos enquanto se aguarda a reconstrução da Ponte JK.
O que diz o Dnit
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Em nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) afirmou que todos os compromissos assumidos no Acordo de Cooperação Técnica com o Estado foram cumpridos e que atua, desde o colapso da Ponte JK, na recuperação das rodovias estaduais afetadas. O órgão informou ter investido mais de R$ 150 milhões em serviços nas TO-201, TO-126, TO-134 e TO-222, seguindo o planejamento definido.
O DNIT acrescentou que as intervenções previstas para Filadélfia (TO) e Carolina (MA) estão em andamento, incluindo remendos superficiais e profundos. “Reiteramos que todas as ações previstas estão sendo implementadas, incluindo a operação 24 horas das balsas entre Estreito e Aguiarnópolis e a reconstrução da ponte, cuja data de inauguração permanece mantida”, informou a autarquia.
O que diz a Ageto
“A Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura (AGETO) esclarece que conforme Termo de Cessão de Uso firmado entre a AGETO e o DNIT, publicado no Diário Oficial da União em 26 de maio de 2025, as intervenções de manutenção, conservação e recuperação das rodovias estaduais utilizadas como rotas alternativas após o colapso da Ponte JK passaram a ser executadas excepcional e temporariamente pelo DNIT, incluindo a TO-222.
De acordo com o Acordo de Cooperação Técnica nº 30/2025, cabe ao DNIT realizar os serviços de manutenção, recuperação, reforço ou eventual substituição das estruturas, bem como definir e divulgar o cronograma de reabertura ao tráfego.
O DNIT segue executando serviços contínuos nas rodovias estaduais assumidas temporariamente — entre elas a TO-126, TO-134, TO-201, TO-210, TO-010, TO-222, TO-404 e TO-415 — para garantir condições adequadas de trafegabilidade.
A AGETO permanece acompanhando a execução do Termo de Cessão e cooperando com o DNIT para reduzir os impactos à população.”
