
O prefeito de Axixá do Tocantins, Auri-Wulange (União Brasil), usou as redes sociais no fim de semana para criticar duramente o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) após constatar o que classificou como um “serviço mal feito de tapa-buracos” na travessia urbana da TO-020, que corta o município. Em vídeos gravados ao longo da rodovia, o gestor chegou a chamar o superintendente do DNIT no Tocantins de “moleque” e cobrou explicações sobre a disparidade na qualidade das obras.
A rodovia passou a receber tráfego intenso de veículos pesados após a queda da ponte Juscelino Kubitschek (JK), que liga Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), e virou rota alternativa. Auri demonstrou revolta com a diferença entre os trechos recuperados. Segundo ele, enquanto uma parte da estrada recebeu obras robustas, outra – justamente no perímetro urbano de Axixá – foi alvo apenas de um serviço paliativo e de baixa qualidade.
“Não vamos aceitar esse desrespeito com a população de Axixá. O município mais impactado pela queda da ponte JK não pode ser tratado com desprezo. Um serviço foi bem feito, o outro é um verdadeiro descaso. Dois municípios dentro de um só. Queremos saber o que está acontecendo”, disse o prefeito, visivelmente indignado.
Em outro momento, o gestor elevou o tom contra o DNIT:
“Um moleque desse vir aqui tentar enganar meu povo, não aceito”, afirmou, em referência ao superintendente do órgão federal no Tocantins.
O que diz o DNIT
Após a repercussão do vídeo, o DNIT emitiu uma nota oficial explicando que os serviços realizados na rodovia fazem parte de dois contratos distintos. O primeiro, alvo da crítica do prefeito, é o Contrato nº 412/2025, no valor de R$ 41,5 milhões, que prevê serviços de conservação rotineira, preventiva e corretiva em 392,9 km da rodovia, incluindo a travessia urbana de Axixá.
Já o trecho com melhorias mais robustas faz parte do Contrato Emergencial nº 163/2025, elaborado devido à queda da ponte JK. Este contrato, segundo o DNIT, prevê intervenções estruturais e possível reconstrução do pavimento em 82,2 km, com investimento de R$ 80,1 milhões.
Mesmo após a justificativa, Auri-Wulange questionou a falta de padronização das obras e reforçou que a população do município, diretamente impactada com o aumento do tráfego, merece um serviço de qualidade equivalente.
“Pessoas morreram. Uma mulher e uma criança de colo foram atropeladas recentemente por um caminhão. O mínimo que exigimos é dignidade e segurança”, declarou o prefeito, visivelmente emocionado.
O gestor anunciou que buscará apoio da bancada federal do Tocantins e que pretende acionar diretamente o Ministério dos Transportes, em Brasília. O objetivo é esclarecer os termos dos contratos em execução e pressionar por uma solução imediata para a rodovia no trecho urbano.
“Vamos até Brasília com os nossos senadores para entender o alcance real desse contrato e exigir respeito. O povo da minha cidade não merece isso”, afirmou.
Em resposta, o DNIT informou que equipes técnicas foram mobilizadas para realizar estudos de viabilidade no segmento urbano criticado pelo prefeito. A expectativa é de que em até 10 dias seja apresentada uma solução técnica definitiva, possibilitando o início das obras de recuperação da pista em Axixá.