
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins (Sindjor-TO) divulgou nota pública em defesa do jornalista Ricardo Fernandes, diretor do portal Diário Tocantinense, que tem sido alvo de ataques nas redes sociais e em grupos de mensagens, principalmente após publicações críticas à gestão municipal de Colinas do Tocantins.
De acordo com o sindicato, as ofensas ultrapassam o campo político e tentam deslegitimar a atuação do comunicador com base em sua fé religiosa — Ricardo se identifica como evangélico. As mensagens associariam sua postura jornalística a questões religiosas, o que, segundo o jornalista, configura intolerância religiosa e tentativa de intimidação.
“Ao exercer o bom jornalismo, que apura, ouve os lados envolvidos e informa com responsabilidade, o profissional nem sempre agradará a todos, mas isso não pode ser usado como pretexto para ataques pessoais e difamações”, destacou o Sindjor.
O episódio acontece em meio ao embate entre o jornalista e a Prefeitura de Colinas do Tocantins, motivado pela cobertura de denúncias e críticas realizadas pelo Diário Tocantinense. O conteúdo teria gerado insatisfação entre aliados políticos da gestão, que teriam reagido com campanhas difamatórias e desinformação.
Ricardo Fernandes afirmou, na última sexta-feira (18), que tomará medidas judiciais contra os autores das mensagens ofensivas. Ele também enfatizou que não recuará diante de tentativas de intimidação: “Minha fé não interfere no compromisso que tenho com a verdade e com a ética jornalística”.
Sindjor cobra respeito e alerta para cenário eleitoral
Na nota, o Sindjor reforça que a liberdade de imprensa é um dos pilares da democracia e que o caminho legítimo para contestar reportagens é por meio do direito de resposta, das vias judiciais ou das instâncias éticas competentes.
A entidade também alerta que esse tipo de ataque tende a se intensificar em períodos eleitorais, quando o debate público se torna mais polarizado e os interesses políticos se sobrepõem à civilidade.
“Não vamos tolerar os ataques aos profissionais que atuam com ética e responsabilidade. Exigimos respeito à liberdade de imprensa e à liberdade religiosa. A imprensa não pode ser calada”, afirma o sindicato, que é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
A nota conclui reiterando o compromisso do Sindjor com a defesa intransigente dos direitos constitucionais dos jornalistas tocantinenses e o combate a qualquer forma de coerção ou violência simbólica contra a categoria.
Confira a nota na íntegra:
“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins, entidade filiada à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), vem a público se manifestar sobre o embate que vem ocorrendo na cidade de Colinas do Tocantins entre gestores municipais e o veículo de comunicação Diário Tocantinense.
O bom jornalismo apura, ouve os lados envolvidos e leva os leitores a refletirem sobre os fatos. Ocorre que nem sempre as informações reverberadas agradam a todos e, com isso, surgem os ataques pessoais, a descredibilização da profissão e dos veículos de comunicação. Ato totalmente repudiado por essa entidade.
Quando a ética e o bom jornalismo não é exercido, cabe pedido de direito de resposta, pedido de reparação judicial, representação à Comissão de Ética do Sindicato, entre outras medidas cabíveis. Ataques, ameaças, ligações intimidadoras, publicações com objetivo de desmoralizar não devem nunca ser o caminho escolhido.
Os ataques aos profissionais sempre aumentam no período pré e eleitoral, quando os interesses ultrapassam o bom senso, a cordialidade e o respeito. A imprensa é primordial para o processo democrático de qualquer sociedade. Não vamos tolerar os ataques aos profissionais e àqueles que trabalham eticamente no exercício do bom jornalismo. Pedimos e exigimos respeito. Da mesma forma que instamos como precípuo aos jornalistas à observância rigorosa dos padrões técnicos e éticos no exercício cotidiano da profissão.
17 de Julho de 2025
Sindjor Tocantins | FENAJ”