Foto – Divulgação

O Museu Afro Brasil, instituição pública, vinculada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e administrada pela Associação Museu Afro Brasil, Organização Social de Cultura, se une à Cooperativa dos Agricultores Quilombolas do Vale do Ribeira (Cooperquivale) em uma ação de combate à fome, partindo dos quilombos do Vale do Ribeira e chegando até a capital paulista.

Com o objetivo de construir uma rede de resistência contra a fome dos quilombos às periferias foi lançada uma campanha de financiamento coletivo (benfeitoria.com/dosquilombosasperiferias) com a meta de arrecadar R$ 50.000 a fim de distribuir 10 toneladas de alimentos da roça e da pesca quilombola e caiçara na Comunidade São Remo, situada na zona oeste do município de São Paulo.

A Cooperquivale foi criada em 2012 para dar suporte às produtoras e produtores quilombolas que há séculos vêm aliando a produção de alimentos ao respeito à natureza, aos animais e aos seres humanos. Estes (as) produtores(as) põem seus conhecimentos em prática no manejo da Mata Atlântica e integram o Sistema Agrícola Tradicional das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira que é, desde 2018, patrimônio imaterial brasileiro registrado pelo IPHAN.

A partir da Cooperquivale é possível fornecer alimentos para merenda escolar e outros programas governamentais. No entanto, esse sistema tem conhecido dificuldades nos últimos anos, gerando insegurança no fornecimento e criando um problema para as comunidades quilombolas, que perdem grande parte de sua renda, além de comprometer o atendimento às necessidades urgentes das pessoas que têm a fome como cotidiano.

Estes problemas foram agravados pela pandemia de Covid-19, o que motivou a Cooperquivale e sua rede de parcerias a se mobilizar para fazer chegar sua produção a quem precisa. Desta forma, mais de 350 toneladas de produtos da roça e da pesca caiçara chegaram a bancos de alimentos e à assistência social dos municípios de Cananéia, Eldorado, Iporanga, Jandira e Embu das Artes, no Estado de São Paulo.

Na capital paulista, a produção foi distribuída à comunidade São Remo, na zona oeste da cidade, e à Vila Brasilândia, na zona norte, com apoio de lideranças locais. Participaram ainda da campanha Tem Gente Com Fome, organizada pela Coalizão Negra por Direitos, atendendo bairros periféricos da cidade e terreiros de candomblé.

Como a fome e a insegurança alimentar não acabaram, é urgente que a campanha continue. Através da campanha, o alimento saudável, orgânico, livre de agrotóxicos e carregado de amor e conhecimento ancestral vai chegar a quem precisa e não pode produzir o seu próprio alimento.

A ação também conta com o apoio do Sistema Estadual de Museu de São Paulo (SISEM – SP).

Sobre o Museu Afro Brasil

 

O Museu Afro Brasil, localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do Parque Ibirapuera, conserva, em 12 mil m², mais de 8 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.

Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu atual Diretor Curatorial, Emanoel Araujo, o Museu construiu, ao longo de mais de 16 anos de história, uma trajetória de contribuições decisivas para a valorização do universo cultural brasileiro ao revelar a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais, desde o século XVIII até a contemporaneidade. O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação Cultural ao longo do ano.
Fonte – VFR Comunicação