O movimento organizado por indígenas, movimentos sociais, indigenistas e sociedade civil acontece nesta quinta-feira, 23, a partir das 17:30h na Praça dos Povos Indígenas em Palmas. O ato tem por objetivo homenagear Dom e Bruno, solidarizar-se com familiares das vítimas e pedir justiça pelos assassinatos e por proteção às populações indígenas.

Assassinados dia 5 de junho no Vale do Javari, Bruno Pereira e Dom Phillips representam com seu trabalho e dedicação a luta pelas causas indígenas e pela Amazônia. Na última sexta-feira (17), foram identificados pela Polícia Federal os restos mortais de Bruno e Dom e, apesar da prisão de três acusados de cometer o crime, movimentos sociais permanecem no apelo pela continuidade das investigações sobre o caso de Bruno e Phillips, identificando motivação e possíveis mandantes.


Eduardo Biagioni, indigenista da Funai, reforça a importância da mobilização não somente em prol da justiça por Bruno e Dom, mas também na proteção dos Povos Indígenas, cada vez mais ameaçados. “Buscamos que as investigações prossigam até que o crime seja desvendado por completo”, pontua Eduardo.

 

Greve dos Servidores da Funai

Em Plenária Nacional Extraordinária na última sexta-feira (17), servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) deliberaram atos por todo país além de greve que segue até, pelo menos, esta quinta-feira, 23. Os trabalhadores da autarquia estão mobilizados desde o primeiro dia do desaparecimento de Bruno e Dom, fazendo vigílias diárias em frente à sede da Funai em Brasília.

Os servidores da autarquia trouxeram à tona um dossiê feito pela INA – Indigenistas Associados e INESC , Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos , onde aponta-se que a atual Gestão da Funai está a serviço da bancada ruralista e atuando de maneira anti-indígena, o dossiê ainda cita a militarização do órgão, as exonerações dos cargos técnicos, e cargos em vacância, e a diminuição da Terra Indígena Taego Ãwa , de uso tradicional do povo Avá-Canoeiro, em formoso do Araguaia. Ainda de acordo com o documento, a Funai acumula mais de 620 processos de regularização fundiária.

Outra importante solicitação da greve dos servidores é pela exoneração do atual Presidente da Funai, o Delegado da PF, Marcelo Xavier, que preside o órgão desde julho de 2019, contribuindo com o desmonte da autarquia e perseguição aos Povos Indígenas e Indigenistas. Foi por decisão dele que ocorreu uma exoneração em massa na Funai, onde foram trocadas 15 coordenações de áreas do órgão. Nessa mesma leva, Xavier destituiu Bruno Pereira do cargo de coordenador-geral de povos indígenas isolados.