Leitoras Gazeta – Por Maria Santana F. Milhomem e Bianca Pereira da Silva
Muito se questiona por que o movimento negro não comemora o dia 13 de maio, data esta que por muitos anos se perpetuou em diversas literaturas como o dia do fim da escravatura. Ou seja, a famosa Lei Áurea, assinada no dia 13 de maio de 1888 oficializando o fim da escravatura no Brasil.
No entanto, pouco se sabe como tudo isso se deu e os rumos dessa tal “liberdade” totalmente condicionada a um retorno da escravidão sutil ou nem tão sutil assim, uma vez que por trás do documento assinado, houve um Estado e todas as outras instituições negligentes e omissas na criação de estruturas para aqueles que tornaram ex-escravos.
Na obra “Os negros no mundo dos brancos” de Florestan Fernandes (1972) demostra as dificuldades de inserção dos/das negras/os em serem vistos como cidadãos e a persistência do termo “ex escravos” eram enorme e os espaços comemorados pela liberdade tornam- se a partir de entao uma busca para que a Lei Áurea realmente fosse efetiva.
Por conta da negligência do Estado, não houve inserção social para os negros, estes continuavam sendo tratados como escravos nas escolas, fábricas e outros espaços públicos. Para tanto, a desigualdade social persistiu em diversos cenários e como consequência dessa realidade, os negros foram libertos sem lugar para morar, sem trabalho, resultando para alguns, no retorno aos seus “antigos senhores” e aos trabalhos sem direitos e dignidade.
Contudo, é difícil comemorar uma liberdade condicionada à escravidão, uma liberdade sem cidadania, sem políticas públicas e sem inclusão de fato. Portanto, chegamos à sociedade que somos atualmente: racista, preconceituosa e desigual, onde pouquíssimos/as negros/negras estão inseridos em espaços de poder e os poucos existentes nesses lugares são pressionados e cobrados pela ótica racista do dito “não lugar” e minimizados pela discriminação de todos os dias.
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