Entre os desastres naturais da Terra–furacões, inundações, terremotos–, aquele que menos preocupa os seres humanos são os asteroides, enormes objetos que cruzam nosso sistema solar a velocidades alucinantes. As autoridades federais classificam a possível colisão de um asteroide ou cometa como algo de “baixa probabilidade, mas de grande consequência”. Essa é a maneira de a Nasa dizer que provavelmente nunca ocorrerá, mas, se acontecer, estaremos fritos. Com isso em mente, os EUA e outros países têm tentado monitorar esses “objetos próximos da Terra”, ou NEOs, coordenando esforços por meio da Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN, na sigla em inglês) e da Organização das Nações Unidas.
O governo Trump agora quer ampliar esses esforços para detectar e monitorar possíveis assassinos do planeta e desenvolver meios mais capazes de desviar qualquer um que pareça estar em rota de colisão.
“Felizmente, esse tipo de evento destrutivo é extremamente raro”, disse Aaron Miles, representante do Gabinete de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca. Mas, só por segurança, o governo revelou novas metas nesta semana para o trabalho da Nasa de combater os NEOs na próxima década. Se você lembrou de Bruce Willis ou está cantarolando alguma música do Aerosmith, por favor, pare. A situação é séria.
Mais de 300.000 objetos com mais de 40 metros de largura orbitam o Sol como NEOs, estima a Nasa, e muitos são difíceis de detectar com mais do que alguns dias de antecedência. Para atravessar a atmosfera sem entrar em combustão, o objeto precisa ter em média 40 metros; milhares de meteoros muito menores se desintegram inofensivamente todos os dias bem longe da superfície do planeta. O meteoro que feriu mais de 1.000 pessoas em Chelyabinsk, na Rússia, em fevereiro de 2013, principalmente por vidros quebrados pela onda de choque gerada pela explosão, teria cerca de 20 metros de largura.
O encontro mais recente com um asteroide ocorreu no dia 2 de junho, quando uma rocha de 2 metros apelidada de 2018 LA entrou na atmosfera a 16 quilômetros por segundo (61.000 km/h) e explodiu sobre Botswana.
E agora vem a boa notícia: a Nasa documentou cerca de 96 por cento dos objetos grandes o suficiente para causar uma catástrofe global desde o início do trabalho, em 1998, disse Lindley Johnson, oficial de defesa planetária do Gabinete de Coordenação de Defesa Planetária da Nasa. Só na quinta-feira, cinco asteroides gigantes passaram a 7,4 milhões de quilômetros da Terra — bastante perto em termos astronômicos –, incluindo um chamado 2017 YE5, um gigante de 500 metros que, se nos fizesse uma visita, estragaria o dia de todo mundo. Mas a Nasa está de olho nele.
Outra boa notícia: este catálogo crescente de objetos capazes de causar um Armagedom oferece ao mundo anos de antecipação a respeito de quando uma órbita chocaria com a Terra, dadas as imensas distâncias percorridas por asteroides e cometas no espaço.
Por Justin Bachman, da Bloomberg