O atacante Neymar relembrou a primeira Copa do Mundo da sua carreira, a de 2014, e a definiu como “uma porcaria”. A avaliação foi realizada em uma entrevista concedida ao zagueiro Gerard Piqué, seu ex-companheiro do Barcelona, e divulgada nesta quarta-feira (27) pelo site The Players Tribune, conhecido pela divulgação de vídeos e textos de atletas.
Neymar explicou que fez essa avaliação mais pela grave lesão sofrida nas quartas de final contra a Colômbia, que o tirou da reta final da competição, do que pela acachapante derrota para a Alemanha nas semifinais.
“Preferia perder de 7 a 1 do que me machucar”, disse o atacante, que apontou viver o seu melhor momento na seleção brasileira, mas que, evidentemente, apontou como o pior a contusão sofrida com a entrada do colombiano Zuñiga nas suas costas.
“O meu melhor momento na seleção brasileira, eu acho que é agora. E o pior, eu tive muitos momentos que não foram bons. Mas é o da lesão. A lesão foi o meu pior momento por causa da semana que passei. Eu só chorava em casa. Eu via minha mãe e meu pai chorando, todo mundo triste, meus amigos, família. Esse para mim foi o pior”, afirmou.
Neymar também detalhou como foram os momentos seguintes ao lance no triunfo brasileiro por 2 a 1 sobre a Colômbia, em Fortaleza, revelando que inicialmente pensava em seguir atuando, o que na sequência se mostrou impossível, pois ele não conseguia nem se movimentar.
“Quando ele me atacou, senti uma reação, mas eu tentei me levantar. Eu estava com muita dor e eu me lembro que minha cabeça estava no chão. E o Marcelo estava dizendo: ‘Chamem os médicos’. E eu disse: ‘Não, eu quero jogar’, porque eu queria marcar, porque eu estava louco. Eu não conseguia virar e os médicos entraram. ‘Não, eu vou continuar'”, disse.
“Mas eu não conseguia levantar as pernas. Não conseguia mexer minhas pernas. E o médico me tirou e comecei a chorar. Porque estava doendo muito e eu não sentia nada, não sentia minhas pernas. Então fui para o hospital Eu me lembro que eu estava com a minha perna dobrada, e quando eu tentava esticá-la, a dor era incrível”, acrescentou.
O atacante da seleção brasileira também contou como foi a conversa com os médicos sobre a gravidade da lesão nas costas, relatando que a sequência da sua carreira foi colocada em risco.
“Fui ao hospital, fiz todos os exames, e me disseram: ‘Tenho duas notícias para você. Uma boa e uma ruim’ E eu disse: ‘A ruim primeiro’. ‘A ruim: você não poderá jogar mais na Copa do Mundo. Acabou para você. E eu disse: ‘E qual é a boa?’ ‘A boa é que, depois você poderá andar, porque se fosse dois centímetros para o lado, o futebol teria acabado para você'”, afirmou.
Da sua casa, então, Neymar viu a seleção ser massacrada pela Alemanha nas semifinais da Copa, no Mineirão. E ele destacou que aquele revés trouxe um peso enorme para os jogadores brasileiros. “Foi um desastre para nós porque ninguém esquece. E agora falando sobre a seleção brasileira, seis meses atrás, éramos a ‘equipe nacional do 7 a 1′”, comentou.
Favorito
Às vésperas de mais uma Copa do Mundo, o Brasil parece ter recuperado seu status, ao menos na avaliação de Piqué, o “entrevistador” de Neymar. Na sua avaliação, a equipe é a favorita a vencer o torneio na Rússia por ter um sistema defensivo seguro, um meio-campo consolidado, com a presença de Paulinho, seu companheiro no Barcelona, e um ataque poderoso.
“Eu acho que vocês estão um pouco acima de todos os outros. Acho que nós (a Espanha), a Alemanha, a Argentina, a França, estamos em um nível similar. Mas vocês estão um pouco acima. Lá na frente, vocês têm um grande poder de fogo. Vocês têm Coutinho, Gabriel Jesus e você”, elogiou Piqué, que viu Neymar apostar na Islândia como candidata a surpresa do torneio em 2018.
Fonte: R7