Um caso explícito de má gestão e descaso com as pessoas. Assim se expressou na manhã desta sexta, 03, a senadora Kátia Abreu, após passar mais de duas horas percorrendo os anexos do Hospital Geral de Palmas (tendas), recebendo reclamações de pacientes e verificando, in loco, as condições do HGP. O local abriga, hoje, 112 pessoas, sendo 28 pacientes em cada anexo.

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O Senado da República aprovou em dezembro do ano passado, a pedido da senadora Kátia Abreu, a criação de uma Comissão Temporária Externa para verificar a situação de emergência e caos na saúde pública do Estado. Além disso, no orçamento da União de 2017, a senadora Kátia Abreu participou da decisão dos parlamentares de destinarem suas emendas para o governo aplicar na saúde no Estado.

A senadora Kátia Abreu constatou nesta sexta, 03, que nos anexos do HGP cerca de 95% dos internados aguardam a realização de cirurgias. A maior parte, intervenções de ortopedia. Os pacientes são acomodados em macas, ambiente sem ventilação e banheiros sem higiene. Os acompanhantes são responsáveis por levarem lençóis e se revezam em cadeiras improvisadas.

Há pacientes – como queixaram-se à Senadora – que estão há quarenta dias aguardando uma cirurgia, como o motociclista Edis Correia Lima, vítima de acidente de moto e que deu entrada no Hospital Geral de Palmas em 27 de dezembro de 2016. Uma idosa de 102 anos – Ondina Amorim – encontrava-se na manhã desta sexta há cerca de 24 horas sem qualquer alimentação e sem saber se seguiria para o centro cirúrgico.

A Senadora conversou com 40 pacientes internados. Dos servidores (auxiliares de enfermagem, enfermeira e médicos) recebeu a confirmação de que faltam produtos básicos como sabonete, desinfetantes e lençóis. “Os médicos não tem culpa”, ressaltou uma paciente que aguarda cirurgia há mais de 30 dias.

Ela mesma chegou a ser levada ao centro cirúrgico e não foi operada porque, segundo os médicos, faltavam roupas para os profissionais (uniforme). Durante a visita, a senadora Kátia Abreu pediu à Superintendente de Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado, Elaine Negre, explicações quanto às reclamações dos pacientes. Para a senadora Kátia Abreu, não faltam recursos e sim gestão.

Ela questionou a falta de produtos básicos, que considera uma demonstração de falta de planejamento, salientando ser incompreensível que, seis meses após a extinção de contrato com uma prestadora de serviço, ainda hoje o governo não tenha regularizado a situação.

A Senadora ressaltou que há formas alternativas para solucionar a questão. “A prioridade é o paciente que não pode ser preterido por questões burocráticas. O dinheiro da saúde é sagrado e tem que ser aplicado de forma correta”, disse a parlamentar.