A retomada das atividades presenciais, na Universidade Federal do Tocantins (UFT), inicia hoje, 7. Para manter os protocolos de segurança e atender a todos, a Universidade disponibilizará máscaras especiais que facilitam a comunicação para as pessoas surdas, já que as comuns impedem a percepção das expressões faciais e da leitura labial.
Foram produzidas 40 máscaras especiais, com um visor transparente na região da boca, que permitem a leitura labial e a visualização das expressões faciais. Elas serão destinadas, neste primeiro momento, aos professores e intérpretes do Curso de Letras-Libras do Câmpus da UFT de Porto Nacional e aos professores e intérpretes do Câmpus UFT em Palmas.
Para Etiene Fabbrin Pires de Oliveira, diretora do Câmpus Porto Nacional, as máscaras especiais serão muito importantes nessa retomada das atividades presenciais. “Nossa preocupação principal aqui no Câmpus é justamente porque nós somos o único câmpus da UFT que temos no nosso quadro de ofertas o Curso de Letras-Libras. Temos vários alunos surdos, professores também e essas máscaras visam justamente proteger a nossa comunidade acadêmica do vírus da Covid e possibilitar aos professores e estudantes um melhor aproveitamento das aulas, visto que a leitura labial é muito utilizada pelos surdos, bem como toda expressão facial; então, esconder a face para falar em libras é um complicador. Portanto, a gente já pensando nisso, providenciamos essas máscaras para professores e intérpretes”.
Os primeiros protótipos das máscaras especiais foram produzidos pela professora Fabiana Cordeiro Rosa, do curso de Medicina Veterinária do Câmpus da UFT em Araguaína, (hoje pertencente à UFNT), no início da pandemia. Posteriormente, a iniciativa da Professora Fabiana se tornou um projeto de extensão, realizado em parceria com professores e alunos do curso de Letras-Libras do Câmpus da UFT em Porto Nacional. Dentro do projeto, as máscaras especiais passaram por várias adaptações até chegar na versão atual, um modelo 3D, mais eficiente e confortável.
A professora Fabiana, que confeccionou as máscaras que serão entregues aos câmpus de Palmas e Porto Nacional, ressalta que é muito gratificante ver que o projeto atendeu às necessidades da comunidade surda dentro da universidade e que todo o processo percorrido até chegar ao modelo de máscara ideal valeu a pena. “Quando deu certo, quando as pessoas puderam usar e eu recebi o feedback delas, foi muito bom. E agora que retornou a necessidade de usá-las, por causa das aulas presenciais, e vieram me pedir, na hora eu falei, claro que eu faço!”
A ideia é que a produção das máscaras seja expandida, e para isso será produzido um vídeo com o passo-a-passo do modo de produção para que outras costureiras possam aprender a confeccioná-las. A expectativa é que a partir do compartilhamento desse modelo de produção, outras ações possam ser feitas, para que todos os alunos que necessitem destes modelos de máscaras especiais possam ser atendidos.