O médico radiologista Martinho Gomes de Souza Neto, 32 anos, foi detido na noite desta quarta-feira (1º) na Zona Sul do Rio após uma paciente chamar a polícia e denunciar ter sido abusada durante um exame. Segundo a Polícia Civil, não foi a primeira queixa de assédio contra ele.
O incidente foi por volta das 19h em uma clínica em Copacabana. Segundo a mulher, de 26 anos, o técnico a tocou sem luvas e sem o consentimento dela no meio de uma ultrassonografia transvaginal.
A jovem acionou policiais militares do 19º BPM (Copacabana) e foi levada, com o acusado, para a 12ª DP (Copacabana), onde, segundo os policiais, já constava outra denúncia de assédio contra o radiologista.
Por meio de nota, a rede Clínica da Cidade afirmou que lamenta qualquer episódio de violência contra a mulher e que o caso foi uma ocorrência isolada que está sob investigação. O estabelecimento afirmou ainda que ampara a paciente e que está à disposição das autoridades
O radiologista, a vítima e outros funcionários da clínica prestaram depoimento na distrital.
Os profissionais ouvidos pela polícia disseram que ninguém acompanhou o procedimento porque a equipe é reduzida.
Para a polícia, o técnico negou as acusações e disse que a conduta era padrão nesse tipo de exame.
A vítima, que é uma brasileira que mora nos Estados Unidos, passa uma temporada no país. Ela foi levada pelos policiais para o Instituto Médico-Legal (IML) e passou por exame de corpo de delito.
Martinho Neto se formou em medicina pelo Instituto Presidente Antônio Carlos (Itpac), em Porto Nacional (TO), em 2016, e consta informações em seu currículo de que ele chegou a trabalhar na instituição. Ele também já atuou em Goiânia, Uruaçu (GO) e atualmente está no Rio de Janeiro.
Íntegra da nota da Clínica da Cidade:
“A rede Clínica da Cidade lamenta qualquer episódio de violência contra a mulher. A rede reforça que o cuidado com os pacientes e colaboradores é prioridade em todas as suas 51 unidades. Com 20 anos de história, a rede é reconhecida pelo bom atendimento, pela ética e pela competência. Contamos com mais de mil médicos contratados, que prestam um serviço de qualidade para a população de todo o país, e esse é um fato ISOLADO, envolvendo um profissional, e que está em investigação perante as autoridades.
Dito isso, se faz necessário esclarecer alguns pontos:
– Desde o momento em que veio à tona o fato, a Clínica da Cidade prestou todo amparo para a paciente. Além disso, a franqueadora e a franqueada estão à disposição das autoridades para colaborar com as investigações;
– O processo de seleção de profissionais é realizado de forma rigorosa, com base em checagens prévias e periódicas nos conselhos de classe (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro e Conselho Federal de Medicina), além da análise de diploma, título de especialização e documentos com foto. O profissional em questão estava com os documentos em situação ativa e regular, sem qualquer apontamento de restrições. A unidade nunca recebeu nenhum tipo de denúncia sobre esse profissional, desde sua contratação. Portanto, qualquer histórico anterior deste ou de qualquer médico, NÃO pode ser considerado como responsabilidade da clínica médica.
Por fim, reiteramos que a Clínica da Cidade tem um papel social importantíssimo no setor da saúde, com excelente reputação e que permanece à disposição para esclarecimentos”.