A geração de empregos na nova planta do Vale em Canaã do Carajás, no Pará, deve melhorar os dados do mercado de trabalho na região e permitir que o Norte seja a única parte do País a registrar aumento, na média, na população ocupada em 2017. Além disso, há a expectativa de que o melhor desempenho da indústria de transformação no Amazonas também ajude os números do emprego na região em um cenário ainda muito deteriorado.
O Projeto Ferro Carajás S11D da Vale, considerado o maior projeto de mineração do mundo, foi inaugurado dia 17 e entra em operação comercial em janeiro de 2017, com expectativa de criar 2,7 mil empregos diretos e 10 mil indiretos. Na fase pré-operacional, cerca de 15 mil pessoas já estão trabalhando na mina, na usina e na logística ferroviária e portuária local.
Segundo cálculos feitos pela Tendências Consultoria Integrada, a pedido do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a região deve ter avanço médio de 0,6% na população ocupada em 2017 ante queda de 1,77% neste ano. Além disso, embora o aspecto de defasagem entre emprego e atividade econômica conduza o desemprego médio de 2017 a um nível mais alto que o de 2016, deve haver desaceleração no ritmo de alta no Norte do País, diz a economista da consultoria Camila Saito.
A taxa de desemprego média em 2017 projetada pela Tendências é de 13,1% no Brasil e de 12,6% no Norte. Para 2016, a previsão da consultoria é de média de 11,5% no desemprego geral e de 11,7% nessa região. A estimativa mais favorável da economista para o mercado de trabalho no Norte está baseada na previsão de que essa deve ser a região brasileira a apresentar a retomada mais firme da atividade econômica no ano que vem. Enquanto a previsão da Tendências para o Produto Interno Bruto (PIB) geral do Brasil é de 0,70%, a estimativa para o Norte é de 2,90%.
“A recuperação de setores pró cíclicos corrobora com a expectativa de um cenário mais favorável para a atividade econômica no Norte no ano que vem e contribui para a previsão de que o desemprego deve crescer de forma menos intensa na região do que em outras partes do Brasil”, diz Camila.
Essa projeção dialoga com a percepção do analista da RC Consultores Everton Carneiro de que a melhora no emprego deve ser impulsionado pela indústria. “Os lugares em que a indústria tem peso maior terão recuperação mais rápida, porque a retomada da produção industrial deve ocorrer antes do comércio e dos serviços.” De maneira geral, a recuperação da agropecuária em 2017 também deve contribuir para um quadro menos pior no emprego em algumas regiões do País. / T.B.