A política dos gestos: o óbvio que não pode ser esquecido ou subestimado

Na política do Tocantins — e em qualquer canto onde o poder se desenha — há um detalhe que parece simples, mas que define tudo: o gesto. É ele que antecede a palavra, que revela a intenção, que desenha alianças de verdade. Ás vezes a pressa por apoios, as negociações apressadas e algumas alianças montadas “goela abaixo” muitas vezes deixam de lado o que há de mais essencial na arte de construir política: a conquista.

Conquistar politicamente é um ato que exige tempo, escuta e respeito. É o oposto da imposição. O Tocantins já viu em sua história — e continua vendo — acordos que nascem sem alma, alianças seladas sem convicção, apenas na base da vantagem, da promessa ou da pressão. E o resultado disso é sempre o mesmo: grupos frágeis, lealdades curtas e projetos que desmoronam antes mesmo de começar.

A política feita apenas de anúncios, fotos e frases de efeito pode até gerar manchete, mas não sustenta governabilidade. Porque não existe grupo político sem confiança, e confiança se constrói nos gestos — no café partilhado, na visita feita sem interesse, no telefonema que não pede nada, apenas demonstra consideração.

Há quem confunda apoio com adesão automática, mas os políticos experientes sabem: conquistar é um exercício diário. É saber ouvir, entender o momento do outro, reconhecer trajetórias. É assim que se forma um time de verdade — com pessoas que se sentem parte, e não pressionadas a estar.

O Tocantins vive um momento de redefinições, de novas forças emergindo e antigas estruturas se reorganizando. Nesse cenário, quem entender que política não se impõe, se conquista, vai sair na frente. Porque o gesto certo — aquele que demonstra respeito, escuta e construção — vale mais que mil discursos vazios.

Gestos falam. E quando eles faltam, o silêncio da falta de empatia grita mais alto que qualquer apoio anunciado.

No fim das contas, quem quer fazer política sólida no Tocantins, seja em qual esfera for, precisa reaprender o óbvio: ninguém segue quem não conquista, e ninguém confia em quem só quer impor mesmo que o discurso seja o mais padrão e conveniente possível. Se o gesto vem pra excluir ou para tentar controlar: de nada adiantaram as palavras e a conquista política se perde ali. 

A política dos gestos ainda é — e sempre será — a única capaz de durar em todos os momentos políticos.