Sem respostas

Família de brigadista do Ibama assassinado entrega pedido de federalização do caso ao ministro Dias Toffoli

Sidiney foi morto com dois tiros na porta de casa, em Formoso do Araguaia, em abril de 2024.

Sidiney Silva foi morto a tiros na porta de casa em Formoso do Araguaia — Foto: Arquivo pessoal
Sidiney Silva foi morto a tiros na porta de casa em Formoso do Araguaia — Foto: Arquivo pessoal

Quase um ano após o assassinato do brigadista ambiental Sidiney de Oliveira Silva, de 44 anos, a família ainda espera por justiça. Nesta segunda-feira, 7, os parentes entregaram pessoalmente ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, um pedido para que o caso seja federalizado.

Sidiney foi morto com dois tiros na porta de casa, em Formoso do Araguaia, sul do Tocantins, em um crime que chocou a comunidade ambientalista. A investigação conduzida pela Polícia Civil do Tocantins ainda não resultou em nenhuma prisão, o que tem gerado frustração e cobrança por respostas.

A entrega do pedido ao ministro ocorreu durante a visita de Toffoli à região da Ilha do Bananal, onde participou da abertura da 1ª Edição da Semana Nacional de Saúde, uma ação voltada ao atendimento médico de comunidades indígenas. O evento é coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde (Fonajus).

Cleide Oliveira, irmã de Sidiney, representou a família na entrega do ofício. “A gente pediu justiça, que a justiça seja feita. Eu entreguei para ele um ofício e cópias do pedido de federalização que foi feito pelo Ibama. A única coisa que a gente quer é que a justiça seja feita”, declarou.

Toffoli informou à família que irá encaminhar o material à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise.

Um crime ainda sem respostas

Sidiney de Oliveira Silva era um brigadista experiente e atuava no combate a incêndios florestais pelo Programa Prevfogo, do Ibama. Defensor do meio ambiente e atuante em áreas sensíveis como a Ilha do Bananal e territórios indígenas do Parque Nacional do Araguaia, ele era casado e pai de três filhos.

No dia do crime, em abril de 2024, Sidiney foi baleado com dois tiros enquanto estava em frente à sua residência. Os disparos partiram de uma casa abandonada localizada em frente ao imóvel da vítima. Uma espingarda cartucheira foi usada no crime, conforme apurado pela investigação.

A irmã da vítima foi a primeira a encontrá-lo caído próximo ao portão, após ouvir duas explosões. Um vizinho relatou à polícia que, ainda durante a madrugada, viu uma motocicleta parada na esquina, ocupada por um homem de capacete e jaqueta, observando atentamente o local.

Pedido por federalização

Diante da lentidão e da falta de resultados nas investigações estaduais, a Associação de Servidores do Ibama no Tocantins já havia formalizado em julho de 2024 um pedido de federalização do caso junto ao Ministério da Justiça.

O argumento central é que o assassinato pode estar relacionado à atuação de Sidiney na proteção ambiental e em áreas de conflito fundiário e ambiental, o que justificaria a entrada da Polícia Federal na apuração.

A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO) afirmou, em nota, que o caso continua sendo investigado e que todos os esforços estão sendo feitos para a elucidação do crime.