
A disputa pelo comando do Partido dos Trabalhadores (PT) no Tocantins ganhou novos contornos nesta semana, com graves acusações feitas por Nile William, candidato à presidência estadual da legenda. Nile denunciou o que classificou como uma tentativa de “criminalização da militância” por parte do atual presidente do partido, José Roberto Forzani, e do seu adversário no segundo turno e também presidente da Comissão Eleitoral, Diego Montelo.
“Estão tentando transformar uma disputa legítima num caso de polícia. Um presidente do PT não processa os seus companheiros, mas eles estão armando um laudo falso para acusar a militância de fraude”, declarou Nile, ao criticar o laudo grafotécnico divulgado por Diego e Zé Roberto, que aponta supostas irregularidades nas listas de votação de municípios como Arraias e Esperantina.
O documento, segundo ele, afirma que a mesma pessoa teria assinado listas em 12 cidades diferentes. “Quem seria capaz disso — o Superman?”, ironizou.
Nile William também afirma ter recebido um áudio que circula em um grupo interno do partido no WhatsApp, em que Zé Roberto reconheceria que os votos da chapa adversária foram subtraídos e que já planejava entrar com recurso antes mesmo do laudo pericial.
“É um jogo sujo, premeditado. O Diego ignorou a Comissão Eleitoral, totalizou as atas sozinho e lançou um resultado com os nossos votos diminuídos. Depois, veio com essa narrativa de que houve fraude”, denunciou.
Para Nile, a estratégia seria “tumultuar o processo e manter o controle do partido a qualquer custo”. “Estão jogando a imagem do PT na lama para manter a direção sob controle de poucos”, disse.
Convocação à militância
Mesmo diante das acusações, o tom do candidato foi de conciliação. Ele afirmou que não pretende judicializar os ataques que tem sofrido, inclusive de aliados do grupo adversário. “Recebi prints de uma companheira me ataca duramente. Me sugeriram processá-la, mas não farei isso. Vamos superar esse processo com leveza, sem rancor”, garantiu.
Nile finalizou com um apelo direto aos filiados: “Você, que esteve com Zé e Diego, concorda com isso? Quer ter sua história no PT associada a esse tipo de manobra? Quem se cala diante da mentira, se torna cúmplice dela. Vamos virar essa página suja — e fazer o PT Tocantins feliz de novo.”
Segundo turno
A eleição interna do PT no Tocantins está marcada para o próximo dia 27. No primeiro turno, Diego Montelo obteve 1.298 votos (41,09%), enquanto Nile William somou 1.271 votos (40,23%). O clima interno segue tenso, com trocas de acusações e impugnações sendo analisadas pela Executiva Estadual e pela Comissão Eleitoral Nacional do partido.
Coluna escrita por Maju Cotrim escritora e consultora de comunicação. CEO Editora-Chefe da Gazeta do Cerrado. Jornalismo de causa, social, político e anti-fake!
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