
Taquaruçu será, mais uma vez, o coração pulsante da Cultura Viva no Tocantins. No dia 13 de dezembro, a Casa do Artesão – Ponto de Cultura recebe o Seminário Gênero nos Pontos – Gênero e Diversidade na Amazônia e no Cerrado: saberes, resistências e interseccionalidades, estruturado no Eixo I: Gênero, Diversidade Cultural e Direitos Humanos, dentro da programação oficial da Teia Estadual de Pontos de Cultura.
O encontro integra diferentes universos e gerações — das tradições ancestrais aos movimentos urbanos — num gesto de celebração e reflexão sobre os corpos, territórios e modos de vida que constroem a região Amazônica e o Cerrado. A ação é uma realização coletiva do Pontão Nacional Gênero em Redes – Regional Norte, em diálogo com coletivos e pontos de cultura que atuam no chão da comunidade.
Um percurso sensorial e político pelos saberes dos povos e comunidades
A programação, que se estende pela manhã do sábado da Teia Tocantins de Pontos de Cultura, convida o público a vivenciar um espaço de partilha onde cada fala, canto e gesto reafirma a diversidade brasileira. A mesa inspiradora “Gênero e Diversidade na Amazônia e no Cerrado: Saberes, Resistências e Interseccionalidades” reúne:
Paula Stuczynski, do GT Hip Hop Nacional / CNPdC e coordenadora do Pontão Nacional Cultura Viva Hip Hop
Vivi de Esú, agente do Pontão Nacional Gêneros em Rede – Regional João Pessoa/PB
Babalorixá William de Oxóssi, do Ilê Odé
Silvino Sirnãwē Xerente, liderança indígena do povo Xerente
Noeme Ribeiro “Dotôra”, parteira, raizeira e curandeira do Quilombo Mumbuca
Ênio Sales de Oliveira, diretor de Fomento e Proteção da Cultura Afro-brasileira do Tocantins
Com mediação de Erval Benmuyal (GT Rede Tocantins/CNPdC) e Darlan Soares (GT Sustentabilidade/CNPdC), a conversa será uma travessia por corporeidades, cosmologias, ancestralidades e políticas de cuidado.
“A força da Amazônia e do Cerrado está em seus povos e suas redes”, afirma Darlan Soares, coordenador regional do Pontão Nacional Gênero em Redes – Regional Norte, o evento reafirma a construção coletiva que caracteriza a política Cultura Viva: “O seminário evidencia a força de um trabalho construído a partir dos territórios, pelos Pontos de Cultura e coletivos da região Norte. Ele reúne comunidades, lideranças e mestres para afirmar que gênero, justiça e diversidade são dimensões inseparáveis da defesa dos territórios e dos direitos humanos. Estamos aqui para amplificar essas vozes e suas lutas.”
Para Erval Benmuyal: “Taquaruçu vive a Cultura Viva como ato de resistência cotidiana”. Benmuyal é representante do GT Tocantins de Pontos de Cultura na Comissão Nacional de Pontos de Cultura e coordenador da Casa do Artesão de Taquaruçu, e diz que sediar o seminário é um marco histórico para o distrito: “A Casa do Artesão carrega uma trajetória de resistência cultural construída pela comunidade. Receber o seminário dentro da Teia Estadual é afirmar Taquaruçu como território de saberes e de encontros, onde a cultura pulsa no corpo, na memória e na terra. É uma oportunidade única de ampliar diálogos, fortalecer os pontos de cultura e realizar, aqui, um debate nacional sobre diversidade, gênero e direitos humanos.”
Interações estéticas: vivências que atravessam corpo, memória e território
Ao longo da manhã, o público poderá participar de uma série de experiências criativas e formativas:
- Oficina Hip Hop Free Step – Jeff Costa
- Vivências na Biblioteca Comunitária Cidade Perifa
- Lançamento da cartilha educativa “Suça no Quilombo Chapada de Natividade”, de Prof.ª Mª Roberta T. Menezes
- Vivência – Capacitação em acessibilidade cultural
- Exposição fotográfica “Água é Vida – Guardiões das Águas”, de Fernando Amazônia
- Canto Xerente, com Silvino Sirnãwē Xerente
- Exposição de artesanato, com Iracy Krukwane Xerente, parteira e artesã
“Compondo uma cartografia estética diversa, as ações revelam a força educativa, espiritual, política e poética dos territórios culturais do Tocantins”, complementa Benmuyal.