O governador em exercício do Tocantins Wanderlei Barbosa (Sem partido) fez mudanças no primeiro escalão nessa segunda-feira, 25. Além de novos titulares para as pastas que tiveram gestores afastados pela Justiça, houve ainda mudanças em outros departamentos.
A movimentação tinha sido adiantada pelo próprio Wanderlei durante a tarde, ao afirmar que alguns auxiliares de Mauro Carlesse (PSL) não se sentiram a vontade para seguir na gestão. O governador foi afastado por seis meses pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suspeita de corrupção e interferência em investigações policiais.
Confira as pastas em que houve mudanças de chefia
- Secretaria de Segurança Pública – sai Cristiano Sampaio e entra Wlademir Costa Oliveira
- Secretaria de Parcerias e Investimentos – sai Claudinei Quaresemin e entra José Humberto Filho
- Secretaria da Casa Civil – sai Rolf Vidal e entra interinamente Sebastião Pareira Neuzin, novo titular não foi nomeado
- Governadoria – sai Divino Allan Siqueira e entra Joseph Madeira
- Secretaria da Fazenda – sai Sandro Armando e entra Jairo Mariano (acumulando com a Adetuc)
- Secretaria da Saúde – sai Edgar Tollini e entra Afonso Piva de Santana
- Secretaria de Comunicação – sai Élcio Mendes, novo titular não foi nomeado
- Secretaria Extraordinária de Ações Estratégicas – sai Keliton Barbosa, novo titular não foi nomeado
- Secretaria Extraordinária de Assuntos Parlamentares – sai José Humberto Marques e entra Darci Martins Coelho
- Secretaria da Indústria – sai Tom Lyra e entra Carlos Humberto Duarte de Lima
- Agência de Tecnologia da Informação – sai Thiago Pinheiro Maciel e entra Marco Aurélio Giralde
Nos casos de Cristiano Sampaio e Claudinei Quaresemin, o afastamento temporário foi determinado pela Justiça. Depois, Quaresemin pediu demissão e Sampaio foi exonerado por decisão do governador interino.
Além das mudanças de comando, Rafael Sulino de Castro foi nomeado para substituir Inejaim Siqueira. Ele vai ficar como secretário executivo na Secretaria de Administração, cargo responsável por gerir o Servir (antigo Plansaúde), um dos epicentros da investigação que levou ao afastamento de Carlesse.
Os demais secretários que estão de saída do governo não foram alvo e nem são investigados nas operações da Polícia Federal.
A investigação
O afastamento do governador Mauro Carlesse e dezenas de agentes públicos foi determinado monocraticamente pelo ministro Mauro Luiz Campbell e confirmado pela corte do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na manhã da quarta-feira (20) a Polícia Federal fez buscas na casa de Carlesse e na sede do governo do Tocantins. Foram apreendidos dois veículos do governador, levados para a sede da PF em Palmas.
As investigações que resultaram na determinação de afastamento do governador Mauro Carlesse pelo STJ são resultado de duas operações da PF, chamadas Éris e Hygea, que invetigam:
- pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais (Hygea);
- obstrução de investigações (Éris);
- incorporação de recursos públicos desviados (Hygea).
Conforme informações, a investigação, que teve início há cerca de dois anos, estima que cerca de R$ 44 milhões tenham sido pagos a título de vantagens indevidas. Os valores podem ser maiores, já que a participação de outras empresas no esquema ainda é investigada.
Com informações do G1 Tocantins