People walk past a street monitor showing North Korea's leader Kim Jong-Un in a news report about North Korea's nuclear test, in Tokyo, Japan, September 3, 2017. REUTERS/Toru Hanai

Cinquenta e cinco anos depois de a crise dos mísseis entre Estados Unidos e União Soviética, o mundo está novamente às voltas com a guerra nuclear. No domingo, a Coreia do Norte confirmou o sucesso de seu maior teste nuclear, uma bomba de hidrogênio, capaz de ser lançada por seus mísseis balísticos intercontinentais.

A Coreia do Sul afirmou há pouco ter informações que a Coreia do Norte prepara o lançamento de um novo teste balístico. O país simulou, nesta segunda-feira, um ataque a uma base militar norte-coreana.

O anúncio do novo teste, e os registros de atividade sísmica nos países do Pacífico, deixaram os Estados Unidos e seus aliados, principalmente Coreia do Sul, Japão e China, em estado de atenção. A semana por vir deve ser decisiva em termos diplomáticos.

Os medidores de tremor da região apontaram que o teste foi 10 vezes mais forte do que o último, feito há cerca de um ano. Algumas cidades da China próximas à fronteira com a Coreia do Norte relataram tremores semelhantes a terremotos.

Nas últimas semanas, a Coreia do Norte ameaçou um teste de mísseis próximo à base americana de Guam, no Oceano Pacífico.

O país também disparou mísseis que passaram sobre o território japonês, um importante aliado dos norte-americanos. Ainda ontem, Trump se reuniu com seus consultores de defensa, entre eles o secretário James Mattis, para discutir a questão.

Mattis, secretário de Defesa, fez uma declaração ainda no domingo dizendo que qualquer ataque norte-coreano aos Estados Unidos ou seus aliados daria lugar a uma resposta militar massiva. “

Temos muitas opções militares e o presidente queria ser avisado de todas elas. […] Nós não estamos procurando aniquilar totalmente um país, leia-se a Coreia do Norte, mas, como dito, temos muitas opções”, disse Mattis em coletiva, alertando ao regime de Kim Jong-un.

Em sua conta no Twitter, Trump afirmou que planeja impor sanções econômicas a todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos que mantêm relações com a Coreia do Norte.

A pressão dos Estados Unidos sobre os chineses é certa: ainda no domingo Trump afirmou que a “Coreia do Norte é uma vergonha para a China, que está tentando mediar a questão”. Com a crescente tensão contra Kim, a posição de mediador da China é cada vez mais delicada.

Há 55 anos o mundo escapou do conflito nuclear. Mas o presidente americano à época não era Donald Trump. O nível de incerteza é total.

Fonte: Exame.com