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O número de pessoas forçadas a abandonar suas casas devido à guerra, violência ou perseguição chegou a 65,6 milhões em 2016, incluindo deslocados internos e refugiados, afirmou nesta segunda-feira (19/06) a agência das Nações Unidas para refugiados, o Acnur. O número equivale à população de um país como o Reino Unido e é um pouco superior ao do ano anterior, de 65,3 milhões.

Do total de 65,6 milhões, 22,5 milhões são refugiados, 40,3 milhões são deslocados internos e 2,8 milhões são requerentes de refúgio. A Turquia é o país que mais abriga refugiados, com 2,9 milhões.

Divulgado na véspera do Dia Mundial do Refugiado, o relatório do Acnur mostra que o conflito na Síria, iniciado em 2011, continua a gerar a maior população deslocada à força, com 12 milhões de refugiados ou deslocados internos, quase dois terços da população do país. Somente no ano passado foram registrados cerca de 825 mil novos casos de refugiados sírios.

O alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, manifestou também preocupação com a situação no Sudão do Sul, que hoje figura em terceiro lugar entre os países cujos habitantes mais procuram refúgio, atrás apenas da Síria (5,5 milhões) e do Afeganistão (2,5 milhões). Depois do catastrófico fracasso dos esforços de paz em julho, a crise de deslocamentos forçados naquele país é a que conhece o crescimento mais rápido no mundo, alertou Grandi.

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Em dezembro de 2013, dois anos após a independência, uma guerra civil eclodiu no país africano, o que resultou em dezenas de milhares de mortos e obrigou mais de 3,4 milhões de pessoas a abandonarem suas casas. Segundo o Acnur, até o fim de 2016, o número de refugiados era de 1,4 milhão, e de deslocados internos, de 2 milhões. Mas só no primeiro semestre deste ano, mais 500 mil pessoas abandonaram suas residências.

Segundo o chefe do Acnur, o aumento de apenas 300 mil de um ano para o outro pode parecer uma boa notícia, já que no ano anterior a alta havia sido de 5 milhões. Mas há 10,3 milhões de novos deslocados à força, salientou. “Não quero que ninguém tenha uma falsa impressão de estabilidade. Não há nada de estável nesses números, ainda que o total seja muito parecido com o de 2015. Dez milhões de novos deslocamentos falam de uma situação dinâmica e perigosa, porque muitos deles foram forçados a se mudar pela primeira vez”, afirmou Grandi.

Como observa o relatório, 84% dos refugiados vivem em países de renda baixa ou média e um em cada três (4,9 milhões) é acolhido por países menos desenvolvidos. A Turquia acolheu 2,9 milhões de pessoas. O Líbano, mais de 1 milhão. Já no Paquistão estão vivendo 1,4 milhão de refugiados vindos, em grande parte, do Afeganistão.

“Os países mais pobres são aqueles que acolhem centenas de milhares de refugiados. É preciso reconhecer o enorme esforço que esses países fazem e levar isso em consideração quando países industrializados se opõem a receber dezenas ou centenas de pessoas”, observou o alto-comissário da ONU.

Fonte: DW