Em meio a tantas notícias contraditórias fica difícil identificar o que é saudável e o que é fake. Embora muitas marcas estejam se empenhando em mudar ingredientes e tornar os produtos mais nutritivos, o conto do light e diet ainda é muito utilizado na venda de industrializados.
Esses casos são ainda mais difíceis quando falamos de alimentos que variam entre bons e ruins com o passar do tempo. O ovo, por exemplo, já foi o maior vilão, e agora é considerado um dos produtos mais completos para a saúde.
Em tempos de dietas ricas em gorduras, o médico Neal D. Barnard, autor do livro best-seller no New York Times “The Cheese Trap”, a “Armadilha do Queijo”, em português, se dedicou a estudar os mitos e verdades por trás do consumo de queijo.
Apesar da riqueza em cálcio e gorduras insaturadas, ele afirma que a ingestão do alimento é, na verdade, um desserviço à saúde. O médico realizou um estudo que apontou que as pessoas abusam do consumo. “Em média, um americano consome 60 mil calorias em queijos (aproximadamente 14 quilos) por ano, e evidências sugerem que ele é um contribuinte para a maioria dos problemas de peso em adultos e crianças”, explica ao site My Domaine.
Ele também conta que há uma espécie de vício, uma vez que há altas concentrações de sódio e gordura na maioria das versões vendidas. “Cerca de 70% das calorias vêm da gordura, e nós amamos a combinação do gorduroso com o salgado (pense nas batatas fritas e anéis de cebola). Além disso, o queijo abriga os opiáceos leves chamados casomorfinas, que são liberados durante a digestão e passam para o cérebro, ligando-se aos mesmos receptores cerebrais como a heroína ou a morfina”, afirma.
Pode parecer assustador, mas a saída para se livrar desses problemas é reduzir o consumo ao máximo, segundo Barnard.
Há contradições
Atualmente, os carboidratos simples, como pães refinados, bolachas e açúcar, têm sido considerados os vilões da saúde e do controle de peso, fazendo com que pesquisas à favor de uma alimentação mais gordurosa ganhem destaque.
A maioria delas está relacionado à circulação, controle da pressão arterial e outras doenças cardíacas. A exemplo, uma pesquisa da Universidade McMaster, no Canadá, aponta que o consumo de laticínios, principalmente queijos, diminuem a mortalidade. As avaliações convocaram 220 mil adultos e as conclusões apontam que o consumo diário de três porções de derivados do leite e meia porção de carne vermelha reduzem a mortalidade em 25%.
Outro estudo publicado na revista acadêmica The American Journal of Clinical Nutrition, em 2018, aponta não há riscos envolvidos na ingestão de laticínios. “Nossa pesquisa se adiciona a um corpo crescente de evidências, mostrando não há perigos em relação a doenças cardíacas ou mortalidade associados ao consumo de laticínios integrais”, esclareceu Marcia Otto, que assistiu à pesquisa no Departamento de Epidemiologia, Genéticas Humanas e Ciências Ambientais, da UTHealth School of Public Health, nos Estados Unidos.
Ademais, o mesmo estudo descobriu três ácidos graxos presentes na gordura dos laticínios, que estavam ligados à diminuição do risco de AVC entre os adultos.
Fonte: Casa e Jardim