O Brasil está em um momento de reavaliação de todo o seu processo de escolha eleitoral e de como a política pode construir ou devastar um país.

Mãe em votação com filho no colo

Há quem diga que as próximas eleições serão as mais criticas e conscientes, visto que nos últimos anos houve diversas investigações e muitas prisões envolvendo toda uma cadeia de corrupção instalada há muitos anos no Brasil.

Charge – Honestidade obrigatória

Desde o processo de escolha dos representantes dos partidos, o financiamento destes candidatos, o processo de compra de votos, promessa de emprego, promessa de ajuda para algum membro da família, a manipulação das pesquisas eleitorais, boca de urna (que é a tentativa de última hora de estimular o voto a determinado candidato, normalmente no local ou próximo do local de votação) e a ameaça digital, que é a alteração dos dados na urna, na transmissão dos dados dos colégios eleitorais ou na própria apuração das centrais eleitorais em suas esferas.

Compra de votos

Estes acima fazem parte do processo palpável e tangível do processo de “compra” ou manipulação eleitoral. Mas tem o processo intangível, o processo subliminar, onde não tem necessariamente um benefício particular, que pode ser bom para o coletivo regionalmente ou para o país, esta esfera merece um detalhamento maior e nos últimos tempos vem gerando desgosto: promessas em geral como asfaltar ruas, construir creches e escolas, melhorar a qualidade do ensino e o salário dos professores, melhorar a saúde e a segurança, combater o tráfico de drogas e a violência, ampliar o saneamento básico e a água tratada, luz e energia para novas áreas ou áreas rurais, geração de empregos, estímulos a indústrias e a agricultura… enfim, os políticos de forma geral repetem sempre estas promessas em seus pleitos, sempre com três temas básico: Saúde, Segurança e Educação. A velha receita do bolo.

Compra de votos

A diferença é que as pessoas na situação de eleitor, já estão cansadas das velhas promessas que nunca se concretizam. Com obras que começam e nunca terminam. Com hospitais que não atendem as pessoas com o devido tratamento ou medicamento, ou mesmo esperar mais de seis meses para um atendimento com um especialista. A população está indignada com tantos benefícios para os políticos e para o judiciário e não vê a justiça social sendo realizada.

Voto de cabresco

São tantos auxílios que os cofres públicos não estão aguentando,  uns tem benefícios e aposentadorias de ouro, e para outros, é  negada ou benefício abaixo do salário mínimo. Para uns plano de saúde em hospitais caríssimos, para outros fila de anos para uma cirurgia.

Auxílio Moradia na Esfera Federal – União

Para uns, auxilio moradia, para outros esgoto a céu aberto em frente a casa. Para uns auxílio paletó, para outros campanha de doação de roupas e agasalhos. Para uns, motorista ou carro novo á disposição, para outros abuso sexual dentro do transporte coletivo.

Gastos com verba de gabinete dos Parlamentares

São tantos auxílios, tantos contrastes, tantos disparates e um abismo social, cultural e financeiro visto em poucos países.

Quais são os interesses reais por trás de um voto? Quem se beneficia com determinado político ou grupo de políticos? Quem ou quais empresas ou grupos que financiam os políticos?

Os irmãos Koch, financiadores do MBL Brasil (confira o artigo com a ligação aqui), já tentaram interferir no próprio sistema de educação dos Estados Unidos, separando as crianças pobres das ricas em escolas diferentes, mesmo públicas, para assim segregar e alterar o sistema democrático já historicamente estabelecido por lá. E agora veem no Brasil uma oportunidade de ajudar a manipular as eleições por aqui, ressuscitando velhos fantasmas como o militarismo e os valores como bandido bom é bandido morto, remando contra, aqui também, as vitórias históricas da cidadania e dos direitos dos cidadãos.

Os petroleitos Irmãos Koch – a mão oculta do financiamento do MBL

Estes irmãos falcatrua, assim como as construtoras que pagam e depois querem ganhar de forma fraudulenta as licitações ou então as estatais como a Petrobras, que tem seus recursos desviados para “devolver”  os investimentos nos candidatos durante o processo eleitoral, há casos que as empresas dão dinheiro para mais de um candidato, no caso dos pleitos principais como Presidência, Governo Estadual ou Municipal, além de ajudar o seu exército de vereadores e deputados e senadores, para garantir que seus interesses setoriais sejam mantidos ou estimulados.

Segue aqui as empreses investigadas e algumas já condenadas, nos últimos cinco anos (lista retirada do Wikipedia):

Estatais

Refinarias

Construtoras

Empresas de fachada

Empresas de comunicação

Outras empresas

Este é o cenário e as pessoas cada vez mais críticas, e ainda falam: podem me dar dinheiro, mas é para votar em outro. Claro que os casos do interior do Brasil, onde os votos são trocados por cargo de confiança ainda existem. Mas isso deve reduzir nos próximos anos, com a lei de responsabilidade fiscal (LRF), que proíbem o gasto excessivo com mão de obra e pessoal. Nas esferas públicas, na esfera federal, o limite máximo para gastos com pessoal é de 50% da Receita Corrente Líquida (RCL). Para estados e municípios, o limite é de 60% da RCL. Se a despesa total com pessoal ultrapassar 95% desse limite, a LRF proíbe qualquer movimentação de pessoal que implique aumento de despesa.

Votação Eleitoral – Eleições 2018

Portanto entra o bom senso e a análise crítica como principal fator na hora das eleições. O que não pode é repetir os erros do passado, mesmo que este passado não te pertença, como a ditadura militar, pois para quem não conhece a história ou mesmo não teve a oportunidade de conversar com quem foi perseguido ou torturado, ou com uma mãe de um universitário que desapareceu naquele tempo, ou teve acesso a corrupção daquela época, que até hoje tem sua investigação abafada, não sabe que o que é ruim pode ficar pior.

Eleitores Indígenas

Um momento de esclarecimento, se colocar a disposição  como candidato para representar o setor que trabalha, ou votar nos pares, como mulher votar em mulher, indígenas em indígenas, negros em negros, professor em professor, jornalista em jornalista, trabalhador do campo em trabalhador do campo, não em fazendeiro, assim como os movimentos sociais organizados ou setorizados pela sociedade como os ambientalistas, o pessoal da luta de igualdade de gêneros, policiais em policiais, bombeiro em bombeiro. Enfim, as pessoas tem que votar em quem está próximo e quem possa cobrar por melhorias no setor e ter um congresso e as cadeiras das prefeituras, e governos estaduais e federal, mais plural e representativo do povo, e não dos tradicionais grupos que já dominam a tanto tempo o Brasil.

Por Marco Aurélio Jacob