Maju Cotrim
Ex-prefeito, ex-senador e atual deputado, Eduardo Siqueira Campos comentou em entrevista exclusiva à Gazeta: “O que viu de 2022”. Ele está encerrando seu mandato de estadual e não disputou a reeleição.
Só de mandatos foram 24 anos chegando a 28 somando os cargos de secretário e participação ativa em governos. “Enxerguei que precisava me reinventar”, avaliou sobre decidir não disputar mais um mandato. “Tive que amadurecer essa decisão e buscar paz em mim”, revelou.
Eduardo lembra os tratamentos de saúde pelos quais teve que se submeter principalmente ao longo deste último mandato e o desejo também de se dedicar ainda mais á família principalmente aos filhos mais novos.
Eleições deste ano
“Minha visão foi de uma saída do processo: não assumi nenhum papel de protagonismo”, disse sobre as eleições deste ano citando que participou apenas do projeto da senadora eleita de seu partido, Professora Dorinha como integrante do União Brasil, e na do Governador Wanderlei como eleitor, mas destacando que fez todos os esforços para que os dois se unissem como acabou acontecendo”, disse sobre as eleições deste ano.
“Estou saindo sem nada a reclamar”, disse sobre o encerramento do seu mandato de estadual.
Fator Wanderlei
“A ascensão do Wanderlei foi algo meio que eu espontânea”, analisou. Ele lembrou que foi um dos primeiros a citar o termo “curraleiro”. “Wanderlei tratou de dar uma naturalidade na assunção do seu mandato, teve coerência ao fazer o que ele estava acostumado a fazer, deu seu tom e ao seu ritmo”, disse.
Segundo ele, o processo político fez com que todos que estivessem pregando renovação ficassem juntos como no caso de Wanderlei e Dorinha . “Os dois carregavam um sentimento do eleitor”.
Eduardo analisou ainda que Wanderlei está com base sólida na Assembleia e sobre o Senado avaliou: “Dorinha reuniu a expectativa e agregou muito em vários outros setores”, disse.
“Os processos políticos bem elaborados prosperaram”, analisou.
“Os eleitores do Tocantins não deixaram de estar divididos”, avaliou. Na visão dele, os candidatos presidenciáveis não influenciaram nas candidaturas estaduais no Tocantins.
Nova configuração
“Estão lançadas novas bases, temos uma grande questão: mal termina o processo e já olhamos os reflexos deste nas outras”, disse ao citar alguns contextos municipais como Palmas, Araguaína e Gurupi.
“A Assembleia dá um sinal que teremos um ambiente político muito disputado para as próximas eleições, será uma reorganização destas forças”, comentou.
“Virão os testes de sobrevivência das figuras políticas e de como eles se posicionarão diante dos dois governos; do Lula e do Wanderlei porque o papel das bancadas agora é ajudar”, “Maior que o sentimento de oposição, será o sentimento de reconstrução do país e também do estado”, justifica ao referir-se aos detentores de mandato.
“Não foi monótono, foi agitado, as candidaturas foram muito mais uma aprovação dos nomes, dos desempenhos e das suas biografias”. Eficiência e coerência.
Derrotas
“Essa eleição não decreta o fim de carreira para ninguém que a tenha disputado e perdido, mas sim uma reavaliação de projeto”, disse ao lembrar inclusive as eleições de 2006 quando seu pai Siqueira Campos disputou, a batalha jurídica e o retorno de Siqueira em 2010. “Ele se reorganizou”, disse.
“Essa eleição não decreta o fim de carreira para ninguém”, disse.
Aprendizado
“Não tenho ninguém na política do Tocantins para me referir de maneira pejorativa, cada um agora tem seus desafios pessoais ”, avaliou.
“Estou muito empolgado em ver o que ocorrerá na Assembleia e no plano federal e não vejo nenhuma monotonia nem nenhum processo que vai permitir zona de conforto para ninguém”, disse.
Questionado sobre qual o maior aprendizado que a política lhe deu ele respondeu: “muito mais importante saber ouvir do que falar”, citou.
“Na política você aprende muito quando aprende a ouvir”, reafirmou.
“Amarrem as chuteiras porque a política não dá trégua”, aconselhou aos políticos que continuam.