Obras da escola agrícola em Riachinho – Foto – TV Anhanguera/Reprodução

No lugar que funcionaria uma escola agrícola, só se vê mato alto. A construção, que começou em 2009, conta com seis prédios inacabados e está abandonada. Em nota, a Prefeitura Municipal de Riachinho informou que as obras estão paradas por causa de irregularidades na execução do contrato de gestões anteriores. (A nota na íntegra está ao final desta reportagem).

O prejuízo dessa obra parada atinge a todos da região. “Prejuízo para o município e para nossos jovens que muitos já eram pra estar aqui estudando ou terminado, pela época que começou”, lamenta a professora Maria Solimar Alves.

Ao todo, mil alunos seriam atendidos para cursar o ensino médio integrado ao curso técnico, sonho de muitos jovens do local, que estão sem respostas. “Os alunos querem que a gente dê alguma explicação sobre o andamento da obra, se ainda tem interesse do governo estadual, municipal ou federal em tornar isso aqui a realidade deles”, informa o orientador pedagógico Francisco Balisa de Souza.

O município chegou a receber a verba do governo federal, mas com a falta do uso, foi devolvido aos cofres públicos. “Aqui é tripartite. A prefeitura entra com o terreno, o estado entraria com a construção de parte do projeto, inclusive essa verba veio do FNDE, R$ 3 milhões na época. Por a prefeitura não concluir a primeira etapa, teve questões políticas no meio, o dinheiro ficou guardado no estado até hoje e depois foi devolvido para a União. Se deu dinheiro e não tinha o serviço prestado, tinha que devolver o dinheiro e foi o que fizeram. Devolveram quase R$ 4 milhões”, informa o diretor de cultura e turismo de Riachinho, Manoel Gomes da Cruz.

O Tribunal de Contas da União (TCU) informou que “não localizou o processo com as informações apresentadas”. A Secretaria de Educação do Estado (Seduc) informou que a construção da escola não tem relação com o governo do estado e que não sabia sobre o andamento da obra.

Alunos têm que mudar de cidade

 

Quem mais sente a falta da construção da escola é quem sonha em fazer o curso que seria oferecido nela. É o caso da estudante Lara Mariana. “Para mim, seria melhor se a escola aqui estivesse funcionando, ficaria mais fácil para os meus pais economicamente e eu ficaria mais perto deles”, comenta a adolescente.

Enquanto isso, a mãe fica preocupada com o futuro da filha. “A minha preocupação agora é que chegou a idade, já terminou o nono ano, tem que ir para o ensino médio e é mais uma filha que vou ter que deixar sair daqui, porque aqui não tem oportunidade”, conta a assistente administrativa Francisca das Chagas Bezeri.

O que diz a Prefeitura

 

A Prefeitura Municipal de Riachinho/TO esclarece que a conclusão da Escola Família Agrícola encontra-se suspensa em virtudes de irregularidades ocorridas na execução do contrato em gestões anteriores, inclusive com julgamento de tomadas de contas especial perante do Tribunal de Contas da União.

Desde que assumimos a gestão municipal em janeiro de 2021, temos procurado junto às autoridades e órgãos competentes a regularização e liberação de recursos para conclusão da obra.

Salientamos, ainda, que a escola é de fundamental importância para nosso município e região, dado ao potencial atendimento de aproximadamente 1000 alunos, abrangendo treze cidades.

Fonte – G1 Tocantins e TV Anhanguera