A denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual sobre a operação ONGs de Papel mostra que contratos do Instituto Prosperar (Ipros) com bandas musicais também podem ter sido alvo de fraudes. Em um dos casos, um grupo que cobra R$ 10 mil por apresentação teria sido contratado pela ONG por R$ 65 mil para realizar um show.

A promotoria citou também um depósito de R$ 135 mil feito pelo Governo do Tocantins na conta do Ipros para realização de duas festas. No mesmo dia, o dinheiro foi transferido para a empresa GM Locações, que está registrada em nome de Lúcio Almeida Filho. Ele trabalha como chapeiro de caminhão em Pau D’arco.

A Polícia Civil acredita que o nome de Almeida Filho tenha sido usado por João Paulo Silveira para abrir uma empresa de fachada. Da conta da GM Locações, o dinheiro foi redistribuído para outras pessoas, incluindo o conselheiro fiscal do Ipros, Iuri Vieira Aguiar, que é apontado como chefe do esquema.

Tanto Aguiar como Silveira estão presos e já tiveram pedidos de habeas corpus negados duas vezes. Além deles, o MPE aponta como suspeitos o ex-presidente do instituto, Iury Rocha Silva e Eduardo Borges da Silva. O promotor pediu a condenação de todos eles.

Operação ONGs de Papel — Foto: Heitor Moreira/TV Anhanguera

Operação ONGs de Papel — Foto: Heitor Moreira/TV Anhanguera

Outro lado

As defesas de Iuri Vieira Aguiar, João Paulo Silveira, Iury Rocha da Silva e do Instituto Prosperar disseram que só vão se manifestar depois que tiver acesso aos autos.

O caso

De acordo com a Polícia Civil, o IPROS recebia dinheiro do governo do estado para realizar ações relacionados a arte e a cultura. No momento em que as licitações para os eventos eram realizadas, os processos eram direcionados para que empresas de pessoas ligadas ao grupo vencessem as concorrências.

Em alguns casos, até a empresa de um dos diretores do IPROS teriasido selecionada. Para os investigadores, o esquema desviou pelo menos R$ 29 milhões.

Fonte: G1 Tocantins