Após intensos 38 dias de incursões, a Polícia Militar do Tocantins anuncia o encerramento da operação Canguçu, uma ação conjunta com mais de 300 policiais de cinco estados. O objetivo era capturar os criminosos responsáveis pelo ataque à cidade de Confresa (MT). O saldo da operação é marcado por confrontos fatais, com 18 criminosos mortos, além da prisão de cinco suspeitos, dois deles na área de cerco na zona rural do Tocantins.

Outros três indivíduos, envolvidos na logística do crime, foram capturados em Redenção (PA) e Araguaína (TO) pela Polícia Civil de Mato Grosso. O comando da PM destaca que a operação entrará em sua segunda fase, com a manutenção de bloqueios e barreiras, enquanto o serviço de inteligência atuará na identificação de possíveis apoiadores da quadrilha.

A população é instada a colaborar, informando qualquer atividade suspeita, enquanto um reforço policial permanecerá em Marianópolis do Tocantins, local dos confrontos e de uma família feita refém. Para celebrar os policiais que retornam a Palmas, uma recepção especial será realizada na quinta-feira (18) no quartel do Comando Geral da PM.

Além das prisões e confrontos, a operação resultou na apreensão de um arsenal de guerra, com destaque para 18 armas, incluindo dois fuzis .50 e 11 AK-47, carregadores, milhares de munições, coletes balísticos, capacetes balísticos, materiais explosivos, detonadores e equipamentos táticos, como coturnos, luvas, joelheiras, cotoveleiras, balaclavas e mochilas. O submundo do crime sofreu um duro golpe com as ações implacáveis da operação Canguçu.

Operação Canguçu

Em uma das maiores operações de captura de criminosos do país, a força-tarefa da Operação Canguçu põe fim à saga dos assaltantes na zona rural do Tocantins. A busca pelos criminosos teve início em 10 de abril, logo após a tentativa frustrada de assalto a uma transportadora de valores. Surpreendidos pela fumaça do dispositivo de segurança, os criminosos fugiram sem levar nada, adentrando a zona rural do Tocantins.

Durante a intensa perseguição, mais de 300 policiais de cinco estados formaram a equipe que cercou os criminosos, deixando-os sem saída. Os assaltantes chegaram a permanecer escondidos por dias nas copas das árvores, alimentando-se de espigas de milho e sal de ureia, utilizado na alimentação de gado.

A operação abrangeu uma área de 4,6 mil quilômetros em quatro cidades, contando com o auxílio da tecnologia para rastrear os criminosos. Binóculos com visão noturna e drones equipados com câmeras termais foram utilizados pelos policiais para localizar os fugitivos.

Os criminosos, que haviam fugido do Mato Grosso, utilizaram embarcações e navegaram pelos rios Araguaia e Javaés para adentrar o Tocantins. Desesperados para despistar as equipes policiais, chegaram até a tentar afundar barcos. Durante a fuga, eles deixaram um rastro de terror, invadindo propriedades e fazendo pessoas reféns, como evidenciado em áudios divulgados nas redes sociais, que revelam o medo dos moradores de Marianópolis do Tocantins.

Em uma estratégia desesperada, os suspeitos chegaram a amarrar sacos nos pés para evitar deixar pegadas em seu caminho, uma tática que foi descoberta com a morte de um dos criminosos.

Uma impressionante quantidade de armas foi apreendida durante a operação, incluindo fuzis de grosso calibre, alguns deles furtados da Polícia Militar de São Paulo, além de milhares de munições e coletes à prova de balas, entre outros materiais de guerra. A ação policial revelou a audácia e periculosidade do bando, trazendo um desfecho necessário para a segurança da região.