Rogério Tortola – Gazeta do Cerrado
A nova etapa da Operação Catarse apreendeu, na manhã desta segunda-feira, 7, documentos e os celulares do deputado estadual, Valdemar Junior (MDB) e da sua ex-esposa, Flavilene Maria Bueno Coelho.
Dois endereços de propriedade de Valdemar foram os alvos. Uma chácara na região norte de Palmas e uma casa no plano diretor da capital. Os celulares apreendidos são de uso pessoal do deputado e de sua ex-esposa.
Segundo Gregore Almeida Alves Dumont, delegado da Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial Contra Administração Pública do TO (Dracma), as investigações chegaram primeiramente ao gabinete do deputado, assessores de Valdemar chegaram a ser presos em dezembro passado e agora chegam diretamente a ele.A polícia chegou a pedir a prisão preventiva do deputado, mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça.
Tudo começou após denúncias anônimas e ainda de acordo com o delegado Gregore, já existem indícios da prática de contratação de funcionários fantasmas, com devolução de parte dos salários, em outros gabinetes. Informação que também foi confirmada pelo delegado Cassiano Oyama. “Esta investigação começou com uma denúncia simples e já alcança outros gabinetes da Assembleia, não necessariamente outros deputados, mas sem dúvidas outros gabinetes”, afirmou Cassiano Oyama.
Oyama disse ainda que os servidores fantasmas recebiam R$ 2.3 mil , ficavam com apenas R$ 300,00 e devolviam o restante. Ele aponta a ex-esposa do deputado como operadora do esquema. Ao final do inquérito o deputado vai ser “convidado” a prestar esclarecimentos, segundo os delegados.
Os mandados de busca e apreensão foram emitidos pelo Tribunal de Justiça do Tocantins, já que o deputado tem foro privilegiado e as investigações correm em segredo de justiça. O pedido de prisão preventiva contra o deputado foi feito porque ele estaria determinando a destruição de provas por parte dos demais investigados.
O outro lado
O advogado do deputado, Marcelo Cordeiro, disse que na casa do deputado foi apreendido apenas um celular. Afirmou ainda que no gabinete do parlamentar não há nenhum servidor fantasma e que vão prestar os esclarecimentos necessários para a investigação.