Operação em Araguaína: dinheiro da Saúde teria bancado até viagens de dirigente do ISAC

UPA em Araguaína – Foto – Divulgação

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O dinheiro público destinado ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus bancava viagens de um representante do Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), Organização Social (OS) contratado pela prefeitura para gerenciamento, operacionalização e execução das ações e serviços de saúde do Hospital Municipal de Araguaína (HMA), Ambulatório Municipal de Especialidades (AME) e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Anatólio Dias Carneiro.

Foi o que descobriu as investigações da Polícia Federal (PF) em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU) que culminou com a Operação “Sempiternus”, deflagrada nesta quarta-feira, 24, com o objetivo de desarticular um esquema criminoso que pode ter desviado mais de R$ 6 milhões do Fundo Municipal de Saúde do município de Araguaína.

Autorizada pela 1ª Vara Federal Cível e Criminal da Justiça Federal de Araguaína, a PF cumpriu vários mandados de busca e apreensão na cidade, além do sequestro de bens dos acusados, com a finalidade de ressarcir o erário.

Durante as investigações a PF descobriu, entre outras irregularidades, que o ISAC bancou “deslocamentos aéreos” do médico Alberto Aguiar dos Santos Neto, um dos dirigentes da OS e presidente da Liderança Participações e Investimentos, subcontratada pelo ISAC.

Ainda de acordo com o relatório da PF, Alberto Aguiar dos Santos Neto tem endereço residencial em Brasília (DF), e é servidor público do Estado do Tocantins, exercendo o cargo de médico no Hospital Regional de Araguaína. “Observou-se coincidências entre as datas das passagens pagas pelo Isac e dos plantões de Alberto Aguiar dos Santos Neto na referida unidade hospitalar”.

“Verifica-se indicativos de que o ISAC emprega recursos públicos voltados ao aperfeiçoamento do sistema de saúde de Araguaína/TO, subsidiando, indevidamente, a locomoção de Alberto Aguiar dos Santos Neto para cumprimento de escala médica no Hospital Regional de Araguaína, atividade alheia ao escopo do referido contrato de gestão”, diz o relatório da PF, aceito pela Justiça Federal.

A Gazeta segue acompanhando a investigação.

O que diz o ISAC sobre a Operação

O ISAC – Instituto Saúde e Cidadania informa que respeita todas as normas legais vigentes e está à disposição da Polícia Federal.

O Instituto reforça ainda que vai contribuir com a operação.

No momento, a instituição está se inteirando dos detalhes das investigações à medida que a Polícia Federal cumpre os mandados.