Cleanto Carlos de Oliveira, suspeito de comendar a quadrilha que adaptava aviões para o tráfico internacional de drogas se apresentou à Polícia Federal nesta segunda-feira, 4, em Palmas. Ele prestou depoimento à PF durante a manhã e depois foi ao Instituto Médico Legal (IML), e deve seguir à Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP).

O empresário vive na Capital, mas como não tinha sido localizado em seu endereço foi considerado foragido. Na ocasião, a defesa de Cleanto informou que estava tomando conhecimento das investigações, mas disse que ele refuta todas as acusações.

Outros três já forma presos em em Porangatu (GO) na tarde da quinta-feira, 31. O trio já foi transferido a Palmas.

Os suspeitos foram detidos no aeroporto da cidade com apoio da Polícia Militar goiana. Com eles, foi encontrado um carro de grande quantia em dinheiro. Um avião também foi apreendido, pois estaria sendo modificado.

O trio passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Gurupi, e logo após, entregues à PM tocantinense e à PF de Palmas.

Conforme a PF, o grupo trabalhava como freelance fazendo o transporte de drogas para outras quadrilhas. Eles passavam cerca de um ano preparando as aeronaves para as viagens. Depois partiam para países da América Central como Belize e Guatemala.

A investigação aponta que as viagens eram feitas de forma clandestina sem qualquer registro ou plano de voo, para evitar suspeitas. Isso causava sérios riscos para a segurança do tráfego aéreo. Após as entregas algumas aeronaves foram queimadas.

A operação

A operação Tuup tem alvo uma quadrilha de traficantes suspeita de realizar fretes para transportar remessas de cocaína à América Central em aviões adaptados no Brasil. O suspeito de chefiar a logística é Cleanto Carlos de Oliveira. Ele mora em Palmas, não foi encontrado em casa e é considerado foragido.

Na manha dessa quinta-feira, três investigados foram presos em Porangatu (GO) e a PF ainda apreendeu R$ 82 mil na casa de piloto em Sorocaba (SP). O dinheiro estava escondido dentro de uma panela.

O operação foi batizada de ‘Tuup’ e cumpriu 28 mandatos; sete de prisão temporária, seis de preventiva e 14 de busca e apreensão, e mais um de sequestro de bem de imóvel.

As prisões foram no Tocantins e em mais sete estados: Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Pará, Amapá, Santa Catarina e Ceará. A decisão é do juiz João Paulo Abe, da 4ª Vara da Justiça Federal do Tocantins.

Segundo a PF, as investigações mostram que as aeronaves utilizadas pela quadrilha eram modificados em um aeródromo privado  no município de Nova Ubiratã (MT) e preparados para transportar cargas de 400 a 800 kg de cocaína para outros países. O dono do espaço também é investigado pelo consentimento do uso da propriedade e por ter auxiliado a quadrilha em três ações criminosas.

A PF do Tocantins ainda descobriu que os três aviões eram queimados após a droga ser descarregada.

UM dos principais articuladores dos voos, que mora em Palmas, foi preso início do ano passado pela Polícia Civil de Goiás, mas já foi liberado.

A PF ainda informou que os aviões adquiridos pelo grupo criminoso foram registrados em nome pessoas que não têm condições financeiras que justifiquem as aquisições e não possuem relação com a atividade aeronauta, sendo utilizados como laranjas pelos criminosos.

Segundo a Polícia Federal, “as três aeronaves realizaram operações de voos irregulares e continham planos de voos fraudulentos, colocando em risco a segurança do transporte aéreo”.

O nome da operação, “Tuup”, é uma palavra de origem Maia que indica a ação de colocar ou atear fogo, conduta adotada pelo grupo investigado para eliminar possíveis procas deixados nas aeronaves utilizadas nos transportes dos entorpecentes.