UFT Gurupi
UFT Gurupi

O Conselho Universitário da Universidade Federal do Tocantins (Consuni/UFT) aprovou, nesta segunda-feira (12), em sua 129ª reunião ordinária, a criação de dois novos cursos de graduação presenciais para o Câmpus de Gurupi: o bacharelado em Medicina Veterinária e a licenciatura em Química.

O Câmpus, que também discute a criação de um curso de Tecnologia em Agroindústria, já conta com as graduações em Agronomia, Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, Engenharia Florestal e Química Ambiental. Os projetos pedagógicos (PPCs) dos dois novos cursos, e também os novos PPCs dos cursos de Engenharia Florestal e Agronomia já haviam sido aprovados pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), na reunião realizada nos dias 6 e 7 de dezembro.

A criação dos novos cursos, em Gurupi, faz parte de um projeto de reestruturação do câmpus elaborado a partir de 2019 por uma comissão de planejamento com representantes dos diferentes colegiados. A comissão analisou, entre outros aspectos, a baixa procura por alguns cursos e as taxas de evasão de estudantes. “Essas propostas vêm de toda uma análise que foi feita internamente e, também, com a comunidade externa para buscar identificar as potencialidades do câmpus e os problemas que precisamos resolver”, enfatiza  a presidente da comissão, Marcela Silveira Tschoeke. Segundo a professora, uma pesquisa realizada com cerca de 700 alunos do ensino médio dos 18 municípios que fazem parte da regional de ensino de Gurupi, no sul do estado, evidenciou a demanda pelo curso de Veterinária e por cursos de licenciatura noturnos: “Foi a partir disso, com base na infraestrutura do câmpus e conhecendo o perfil dos professores que nós temos que embasamos essas propostas”, completou.

 A mobilização dos professores veio justamente no contexto de atualização geral dos Projetos Pedagógicos de todos os cursos de graduação da universidade promovida pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). Assim, os cursos de Medicina Veterinária e de licenciatura em Química, de Gurupi, serão os primeiros criados na UFT a partir das novas diretrizes institucionais para a elaboração dos PPCs, que enfatizam a inovação pedagógica, conforme o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), e trazem a curricularização da extensão determinada pelo MEC.

 Conforme relatou o professor Luiz da Silveira Neto, um dos autores da proposta da graduação em Medicina Veterinária, o primeiro esboço do curso havia sido pensado a partir de uma perspectiva mais tradicional. Contudo, com a orientação da Prograd, o projeto que acabou sendo aprovado já incorpora e enfatiza os princípios da Educação 4.0, sobretudo no que diz respeito ao uso de metodologias ativas e à organização da matriz curricular por agrupamentos, que visa facilitar a assimilação dos conteúdos de forma integrada e interdisciplinar.

“Optamos por fazer um curso diurno, mas concentrar as disciplinas obrigatórias no período da manhã, enquanto reservamos a tarde para disciplinas optativas e atividades complementares, pensando em facilitar a participação daqueles estudantes que precisam trabalhar durante a formação universitária”, destaca o professor. Segundo ele, o projeto pedagógico do novo curso inclui 600 horas de estágio, privilegiando atividades práticas, e tem 21% da carga horária flexível, para que o estudante possa escolher, a partir de seus interesses e afinidades, as áreas em que pretende se aprofundar. “Assim, o projeto contempla as diretrizes nacionais da educação superior, oferecendo uma formação generalista, mas também está alinhado à ideia de flexibilização curricular”, ressalta.

 Também buscando uma maior inclusão de alunos, o Curso de Licenciatura em Química, que nasce a partir do colegiado e dentro da estrutura do bacharelado em Química Ambiental, traz a inovação de ser o primeiro curso noturno do Câmpus de Gurupi. Com isso, o colegiado pretende alcançar aqueles estudantes que gostariam de estudar, mas não podem frequentar a universidade durante o dia.

De acordo com o pró-reitor de Graduação, Eduardo Cezari, a expectativa é de que os cursos de Medicina Veterinária e de Licenciatura em Química possam ser ofertados já a partir de 2023. “A oferta de vagas na licenciatura em Química vai depender mais da decisão do próprio colegiado e, possivelmente, vai ocorrer a partir do segundo semestre de 2023. Já o curso de Veterinária poderá abrir sua primeira turma assim que tivermos condições objetivas de oferta, o que significa garantia de concurso docente e garantia de condições adequadas de infraestrutura. Com a criação do curso aprovada pelos conselhos, por iniciativa da própria Universidade, então nós iremos atrás desses recursos no Ministério da Educação”, explicou.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins